Sem alternativa, o comandante tomou a proa de Porecatu e lá pousou. Apenas quatro pessoas estavam no aeroporto quando o Boeing pousou, dois pilotos, um segurança e um mecânico. O aeroporto de Porecatu era perfeito para um sequestro, uma pista excelente mas nenhuma proteção, nenhum policial e nenhum controle de acesso. Logo após o pouso, a ação foi rápida e simples: quatro dos cinco sequestradores desembarcaram, pediram para os tripulantes indicar em que local do bagageiro estava a carga e carregaram rapidamente os malotes de dinheiro para duas caminhonetes Ford Ranger que os aguardavam no aeroporto. Alguém afirmou que um tiro teria sido disparado, mas isso não foi confirmado e ninguém ficou ferido. Nenhum passageiro ou tripulante foi agredido pelos bandidos, que rapidamente se evadiram do local nas caminhonetes, sem levar nenhum refém. A ação toda, desde o início, durou apenas cerca de 40 minutos, menos que a maioria dos sequestros-relâmpagos de pessoas nas grandes cidades.

Os pilotos, após a evasão dos sequestradores, embarcaram novamente no avião e decolaram. Acionaram as autoridades pelo rádio e acabaram pousando em Londrina, a 90 Km de distância, às 16 horas e 30 minutos. Em Londrina, os passageiros foram confinados ao avião até que fossem conferidas suas identidades, pois se suspeitava que um dos sequestradores ainda estava a bordo. Todos acabaram liberados e embarcaram em aviões de outras empresas aéreas para os seus respectivos destinos.

As Polícias Civil e Militar em Porecatu fizeram uma varredura na região, mas localizaram apenas uma das caminhonetes Ranger abandonada. A Polícia Federal tentou fazer um retrato falado dos sequestradores, com base em informações dos tripulantes e alguns passageiros, e logo chegou em um suspeito, Marcelo Moacir Borelli (foto abaixo), que tinha no seu extenso "currículo" dois outros assaltos à TGV, a empresa responsável pelo transporte do dinheiro a bordo do Vasp 280. Borelli e outros assaltantes do VP-280, como Gerson Palermo, acabaram capturados depois de algum tempo, mas o dinheiro nunca mais foi recuperado.

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