Ubatuba em foco II

Honestidade

Ednelson Prado

Caro Sidney, peço licença a você e seus visitantes para falar sobre um fato que me chamou a atenção. Ao visitar seu blog, me deparei com colocações feitas pelo empresário Josias Sabóia, o Jija. Ao tomar conhecimento dos acontecimentos relatados por ele, me senti na obrigação de falar sobre o fato. Conhecia o Jija há algum tempo quando, por indicação do amigo Elísio Russo, fui trabalhar com ele no Jornal A Semana. Nossa conversa para a contratação foi rápida, acertamos os valores e iniciamos o trabalho. Ele foi, com certeza, um dos caras mais sérios com quem já trabalhei. Tudo o que foi combinado foi cumprido. Homem de palavra. Disso ninguém pode jamais duvidar. Ah, e mesmo sem formação profissional, um jornalista nato.

Quanto à maneira como conduz seus negócios, a cada dia me surpreendia com a forma como atuava. Não é um administrador por formação, mas por aprendizado que a vida proporcionou. Um aprendizado que o faz tomar medidas que , sem dúvida, me causou surpresa por várias vezes. Surpresa pela percepção de como as coisas ocorriam, desde o comportamento do cliente, até a postura de seus funcionários e as oportunidades de negócios que se apresentavam. Mesmo rígido, um cara amigo de seus funcionários, preocupado com o bem estar deles. Um parceiro. Além disso, a seriedade e a honestidade sempre foram marcas mais do que fortes em sua personalidade.

Me recordo que, por várias vezes, durante o fechamento do jornal, ele largava tudo para acompanhar a chegada dos caminhões de combustível. Uma de suas maiores preocupações: a qualidade do combustível que chegava.

Tentou, por algumas vezes, me explicar a questão da procedência, o caminho percorrido pelo combustível desde as refinarias até às distribuidoras. Confesso que ouvia atento, mas como não era minha praia, alguns detalhes me passavam despercebidos. Mas uma certeza: ele sabia como as coisas funcionavam e a cada conversa deixava clara a preocupação que possuía com a qualidade do combustível que chegava e que comercializava. Não admitia um produto de qualidade questionável, a possibilidade de fraude.

Logo, não acredito que tenha mudado de postura e que tenha passado a fraudar combustível. Acredito sim em um erro, não em dolo, jamais. Não o Jija, empresário sério, honesto e de caráter. Por tudo isso, pelo que conheço dele, entendo o que sente, pois não há nada pior do que ser acusado de algo que não se fez. Sendo assim, me solidarizo a ele e deixo minha posição e meu total apoio. Força e sabe que pode contar com este humilde jornalista para o que precisar.

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