Spy x Spy

J. Edgar Hoover e Clyde Tolson em 1936. Inseparáveis até a morte.
Os poderosos
Acima e à esquerda, J. Edgar Hoover, o homem que mandou no FBI durante 48 anos e controlou oito presidentes e 18 secretários de Justiça
Sidney Borges
Hoover mantinha dossiês explosivos sobre a maioria dos políticos norte-americanos. Informações sobre escândalos financeiros e sexuais, o material era farto e fácil de obter. O campeão das alcovas era John Kennedy, que manteve - ou fez que acreditassem que manteve - relações com centenas de mulheres, como Marilyn Monroe — que teria sido assassinada por um complô armado pelos Kennedys —, a suposta espiã nazista Inga Arvad e Judith Campbell Exner, que também se relacionava com o mafioso Sam Giancana e com o cantor Frank Sinatra. Kennedy estava sempre pronto, era priápico, mas deixava as mulheres a ver navios, tinha ejaculação precoce. Certa noite Hoover tomou umas a mais e foi fotografado beijando Clyde Tolson num hotel. Beijando e, aparentemente, transando. Ficou nas mãos da máfia, dona dos negativos. Baitola de carteirinha, voz da moralidade, Hoover não queria se tornar motivo de escândalo, o que o levaria a perder a direção do FBI, sua razão de viver. Richard Nixon só mandou invadir o edifício Watergate, em busca de informações sobre o Partido Democrata, depois da morte de Hoover, quando concluiu, de vez, a montagem de um grupo de espionagem política, com ex-integrantes da CIA e técnicos sem muita experiência. Com a morte da "Bicha Espiã", em 1972, aos 78 anos, Mark Felt, o Garganta Profunda, ficou como o segundo homem do FBI, abaixo apenas do diretor Patrick Gay, (que não era gay) indicado por Nixon. Felt, informando o jornalista Bob Woodward, contribuiu para a renúncia de Nixon, em 1974. De algum modo, Felt vingou Hoover, de quem era próximo.
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