Átomos
Marinha descarta repassar tecnologia nuclear
Comando da Força afirma que País não vai ensinar técnica de enriquecimento de urânio
Denise Chrispim Marin
O Brasil pode cooperar na área nuclear com a Argentina, a Índia e com qualquer outro país, mas não repassará a tecnologia de enriquecimento de urânio que desenvolveu nos últimos 29 anos, defendeu nesta semana o comandante da Marinha do Brasil, almirante Júlio Soares Moura Neto.
Mesmo ausente nas mesas de negociação dos acordos bilaterais, a Armada observa essas discussões à distância para não permitir que se abra nenhum precedente nesse princípio, sobretudo nas negociações iniciadas neste ano, por iniciativa direta dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, da Argentina, em torno da criação de uma empresa binacional de enriquecimento de urânio. "Na cooperação do Brasil com a Argentina na área nuclear não haverá transferência de tecnologia. Essa é uma área sensível. Nenhum país compartilha seu conhecimento sensível", afirmou o comandante.
No passado, o Brasil comprou uma briga com a própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por recusar-se a negociar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Trata-se de um instrumento que permite aos auditores da AIEA realizar inspeções invasivas na planta industrial de enriquecimento de urânio de Resende (RJ), com o objetivo de verificar se a produção de combustível nuclear seria compatível apenas com as atividades pacíficas. Sustentado nos argumentos da Marinha, o governo concluiu que o protocolo poderia expor a bem-sucedida tecnologia brasileira, e o protocolo adicional era "absolutamente desnecessário" para dar garantias à comunidade internacional quanto à finalidade pacífica do programa brasileiro. Essa posição tornou-se, desde então, uma espécie de tabu.
Segundo o almirante Moura Neto, nem mesmo os cientistas, os executivos e os técnicos das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a companhia que opera a planta de enriquecimento de urânio de Resende (RJ), têm acesso à tecnologia utilizada nas ultracentrífugas, que foram desenvolvidas e vêm sendo aprimoradas sucessivamente pelo Centro Experimental Aramar, mantido pela Marinha em Iperó (SP).
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Denise Chrispim Marin
O Brasil pode cooperar na área nuclear com a Argentina, a Índia e com qualquer outro país, mas não repassará a tecnologia de enriquecimento de urânio que desenvolveu nos últimos 29 anos, defendeu nesta semana o comandante da Marinha do Brasil, almirante Júlio Soares Moura Neto.
Mesmo ausente nas mesas de negociação dos acordos bilaterais, a Armada observa essas discussões à distância para não permitir que se abra nenhum precedente nesse princípio, sobretudo nas negociações iniciadas neste ano, por iniciativa direta dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, da Argentina, em torno da criação de uma empresa binacional de enriquecimento de urânio. "Na cooperação do Brasil com a Argentina na área nuclear não haverá transferência de tecnologia. Essa é uma área sensível. Nenhum país compartilha seu conhecimento sensível", afirmou o comandante.
No passado, o Brasil comprou uma briga com a própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por recusar-se a negociar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Trata-se de um instrumento que permite aos auditores da AIEA realizar inspeções invasivas na planta industrial de enriquecimento de urânio de Resende (RJ), com o objetivo de verificar se a produção de combustível nuclear seria compatível apenas com as atividades pacíficas. Sustentado nos argumentos da Marinha, o governo concluiu que o protocolo poderia expor a bem-sucedida tecnologia brasileira, e o protocolo adicional era "absolutamente desnecessário" para dar garantias à comunidade internacional quanto à finalidade pacífica do programa brasileiro. Essa posição tornou-se, desde então, uma espécie de tabu.
Segundo o almirante Moura Neto, nem mesmo os cientistas, os executivos e os técnicos das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a companhia que opera a planta de enriquecimento de urânio de Resende (RJ), têm acesso à tecnologia utilizada nas ultracentrífugas, que foram desenvolvidas e vêm sendo aprimoradas sucessivamente pelo Centro Experimental Aramar, mantido pela Marinha em Iperó (SP).
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