Átomos

Medicina nuclear melhora qualidade de vida de hemofílicos

Fonte Nuclear

Um tratamento de medicina nuclear está melhorando a qualidade de vida de pacientes hemofílicos. A deficiência do fator de coagulação característica da hemofilia provoca sangramentos, sendo que cerca de 80% das hemorragias ocorrem nas articulações, causando a artrite hemofílica, que, caso não receba tratamento adequado, pode provocar até a perda completa da capacidade motora da articulação. Médicos vêm usando radiofármacos marcados com os radioisótopos ítrio-90 e samário-153 como forma de evitar a cirurgia em pacientes que não respondem bem ao tratamento clínico.
O tratamento, chamado de radiossinoviortese ou sinovectomia radioativa, consiste na infiltração intra-articular com o material radioativo. O procedimento é seguro, pouco invasivo e tem se mostrado eficaz no controle dos sangramentos, o que alivia a dor nas articulações e melhora os movimentos e, conseqüentemente, a qualidade de vida dos pacientes.
O procedimento inicial é o tratamento clínico, com medicação. Caso não surta efeito, a alternativa, normalmente, é a cirurgia, que, além de invasiva, tem uma recuperação demorada e dolorosa para o paciente. As injeções de material radioativo pretendem paralisar a hemorragia nas articulações, que causam inflamação. A evolução dessa inflamação causa mais hemorragia, o que piora o processo inflamatório, criando um círculo vicioso.
A artrite hemofílica pode ser verificada já em crianças, que podem sofrer limitações na prática de esportes, para brincar e em qualquer atividade que exija grande movimentação do corpo. “É uma patologia muito séria. Tratamos crianças que já não podiam mais caminhar em função de limitações dos movimentos e que tiveram resultados excelentes”, ressalta Paulo Assi, diretor do Instituto de Medicina Nuclear de Cuiabá e autor do primeiro estudo de radiossinoviortese em hemofilia no Brasil, junto com a hematologista Sylvia Thomas, presidente da Sociedade Brasileira de Hemofilia.
Entretanto, ele acrescenta que nenhum tratamento é capaz de restaurar o que já foi comprometido. Por isso, é fundamental que o diagnóstico da condição seja feito precocemente para que o tratamento adequado seja começado o mais rápido possível. “Casos avançados têm menor possibilidade de ser resolvidos”, afirma o médico.
Os radiofármacos feitos à base de ítrio-90 e samário-153 são produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, e distribuídos para todo o Brasil. O instituto produz o samário-153 há mais de dez anos. Hoje, o ítrio-90 é importado pelo Ipen, mas já existem estudos avançados para montar no país o gerador de estrôncio-90, de onde ele é obtido. “A medida diminuiria custos e aumentaria a oferta do ítrio-90. Também teríamos maior flexibilidade na sua distribuição. Além da radiossinoviortese, ele tem uma importante aplicação no tratamento de pacientes com linfoma não-Hodgkin. É papel do Ipen proporcionar o acesso a radiofármacos importantes para a medicina nuclear”, afirma o diretor de Radiofarmácia do Ipen, Jair Mengatti.
Entre abril de 2003 e junho de 2008, o Instituto de Medicina Nuclear de Cuiabá, através de convênio com o Hemocentro do Mato Grosso e o Ipen, realizou quase 400 infiltrações em pacientes com artrite hemofílica, com resultados animadores. “Se não fosse pelo trabalho do Ipen, não teríamos a capacidade de fazer esses atendimentos. Passamos a poder programá-los e a atender a um número maior de pacientes. E temos a perspectiva de ampliar o atendimento de forma generalizada”, comenta Assi.
O Instituto de Medicina Nuclear de Cuiabá busca agora estender o uso da radiossinoviortese para o tratamento de outras artrites, como a reumatóide, que aflige quase dois milhões de pessoas no Brasil, e a osteoartrose. “A radiossinoviortese pode ser usada em casos que envolvam qualquer tipo de artrite em que o tratamento clínico não dê resultados”, explica o médico.

Ibama e Cnen autorizam preparação do canteiro de obras de Angra 3

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou carta à Eletronuclear na última segunda-feira (22) autorizando a empresa a preparar o canteiro de obras de Angra 3. A operadora das usinas de Angra dos Reis foi autorizada a instalar e realizar a drenagem do canteiro, instalar a estação de tratamento de água e de efluentes, além de realizar a finalização do revestimento de dois trechos do canal principal de drenagem e a interligação do sistema de distribuição de energia. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) autorizou as obras de concretagem do local onde serão construídos os prédios não-nucleares do empreendimento. O início das obras de Angra 3 está programado para abril de 2009.

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