Opinião

Estado delinqüencial

Editorial do Estadão
Muito se tem falado do Poder do Narcotráfico, capaz de dominar os morros do Rio de Janeiro e de atuar quase como um Estado paralelo, competindo com o Poder Público no comando da organização social. Julgava-se que o problema era apenas este: uma tentativa do crime organizado de se substituir ao poder do Estado.
O que dizer, porém, quando o crime organizado se instala na própria estrutura da Segurança Pública do governo, passa a ser orientado pela cúpula governamental e dispõe, para sua proteção, de equipamentos do Estado destinados ao combate aos criminosos? Tratar-se-ia, é claro, da assustadora possibilidade de a sociedade ficar à mercê de um Estado delinqüencial.
Esta não é mera hipótese de dramaturgia de horror, de peça ficcional de teatro, mas, sim, o que se depreende dos fatos revelados pela "Operação Segurança Pública S.A.", desdobramento, das operações "Gladiador" e "Hurricane", feitas pela Polícia Federal (PF).
Essa investigação trouxe à tona um vastíssimo esquema criminoso, incrustado na Secretaria da Segurança Pública dos dois governos do casal Garotinho. A desenvoltura com que a quadrilha operava bem explica o processo pelo qual o Rio de Janeiro se transformou no paraíso dos narcotraficantes - o que tem como contrapartida a violência contra os habitantes da antigamente chamada Cidade Maravilhosa.
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