Energia

Terremoto reafirma preocupação de ambientalistas com as Usinas Nucleares de Angra dos Reis

Henrique Luís de Almeida

O terremoto ocorrido no último dia 22 de abril, no leito submarino na região de São Vicente reafirma preocupação de Ambientalistas com a segurança das Usinas Nucleares de Angra 1 e 2.
Segundo o professor George Sand França (Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília), o terremoto, que atingiu 5,2 graus na escala Richter, está entre os sete maiores já registrados no Brasil (notícia Uol - 23/04/2008).
O fenômeno ocorrido, justamente no dia Internacional da Terra, pode ser encarado como um alerta para o modelo de desenvolvimento insustentável que o Brasil vem adotando, especialmente quanto a sua matriz energética.
As Usinas Nucleares de Angra 1 e 2 estão assentadas na praia de Itaorna (em Tupi = pedra mole), poucos metros acima do nível do mar. A imprevisibilidade e a magnitude do evento sísmico revelam os riscos que a geração de energia nuclear pode trazer à população e ao meio ambiente.
Segundo especialistas o tremor foi registrado em uma região incomum, onde não há falhas geológicas ou bordas de placas tectônicas (notícia ig: 23/04/2008). Tal fato, indica que o imprevisível pode acontecer e a chance mínima atribuída a um acidente nuclear em Angra dos Reis também pode se tornar realidade.
Além disso, estudos revelam a presença de uma região de sensibilidade sísmica em Cunha, próximo a Angra. Nos últimos anos foram detectados diversos eventos sísmicos (tremores) em Angra, 3 deles com intensidade superior à 3 pontos na escala richter.
Embora técnicos da Eletronuclear afirmem que as Usinas são resistentes a qualquer tremor de terra, você gostaria de estar de férias em Angra caso um Terremo como este ocorra?
Outras fontes de energia são mais seguras, menos impactantes e mais econômicas que a energia nuclear.
Ambientalistas do Litoral Norte de São Paulo, em manifesto entregue as autoridades competentes na Audiência Pública de Angra 3, ocorrida em Ubatuba no dia 28 de março, destacaram a resolução da 1° Conferência Nacional de Meio Ambiente, quando a população se manifestou contrária a construção de Angra 3 e solicitou o fechamento de Angra 1 e 2. Solicitaram também um Plebiscito Nacional sobre a Geração de Energia Nuclear.
Na audiência foi entregue ainda um documento contendo 171 questionamentos sobre o Relatório de Impacto Ambiental da Usina, com cópia para o MP/SP e MPF, que ainda não foi respondido.
Mesmo com todo risco envolvido com a Geração de Energia Nuclear e com as falhas apontadas no Estudo de Impacto Ambiental da Usina de Angra 3, o Governo anuncia justamente no dia mundial do Meio Ambiente que a licença de Angra 3 deve sair em agosto deste ano.
Parece que neste governo o povo brasileiro não terá a oportunidade de decidir se quer correr o risco da Geração de Energia Nuclear.
Triste notícia para recebermos nesta data, quando no mundo todo milhões de pessoas comprometidas com o meio ambiente buscam alertar governos e a população em geral para a importância e urgência de uma sociedade sustentável.

Henrique Luís de Almeida
Programa de Gestão Costeira
ASSU-Ubatuba - www.assu.org.br

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