Arte

A amizade entre Verger e Carybé
Baianos por adoção, o francês e o argentino retrataram, com precisão, a alma da Bahia
Ubiratan Brasil
O francês Pierre Verger era um homem tímido, contemplativo, afeito a pesquisas. Já o argentino Hector Bernabó, mais conhecido pelo pseudônimo Carybé, era impulsivo, participativo, decidido a viver emoções. Eles já eram homens adultos quando se conheceram em Salvador, nos anos 1940, e a Bahia logo se tornou, ao lado do novo amigo Jorge Amado, o ponto de referência básica na vida de ambos.
Com Verger na fotografia e Carybé na pintura e escultura, a amizade os tornou baianos fundamentais, como dizia Amado, 'pois o baiano verdadeiro não é o que nasce, mas o que renasce na Bahia'. Juntos, eles retrataram a cultura africana dos baianos em todo seu colorido e religiosidade. Um bom exemplo está no livro Carybé & Verger - Gente da Bahia, (Solisluna Design e Editora, 168 páginas, R$ 90), o primeiro livro da trilogia Entre Amigos e que marca a comemoração dos 20 anos da Fundação Pierre Verger.
Trata-se de um conjunto de imagens em preto-e-branco clicadas por Verger que receberam um tratamento com o traço colorido de Carybé, resultando em um novo trabalho. Do contraste entre o preto-e-branco e a cor resulta uma visão rica e multifacetada da Bahia ao longo de 50 anos, período em que durou a amizade entre os artistas.
Comentários