Opinião

O preço da comida

Editorial do Estadão
O Brasil é um dos países mais preparados para responder aos desafios da crise gerada pela alta de preços dos alimentos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou ao declarar, na Holanda, que a agricultura brasileira pode produzir mais e atender à demanda crescente de comida, gerada principalmente pela expansão econômica de grandes países emergentes e pela incorporação aos mercados de grandes massas de consumidores. A nova situação dos preços produz efeitos dramáticos nos países pobres e mais dependentes da importação de alimentos. Os problemas causados pelo encarecimento da comida podem equivaler à perda de sete anos dos programas de redução da pobreza, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Também o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, está preocupado com o risco de se perder boa parte do esforço de resgate dos mais pobres. Ainda não se pode, a rigor, falar de escassez de comida. As cotações não dependem somente das quantidades de fato comercializadas, mas também dos estoques, que diminuíram depois de episódios de seca em algumas áreas produtoras, especialmente na Austrália. Outro fator importante, do lado da oferta, foi o aumento do uso do milho, nos Estados Unidos, para a produção de etanol. Do lado da procura, o grande fator tem sido o aumento da renda de milhões de trabalhadores na Ásia.
Ganhos maiores também resultaram em novos hábitos. Mais dinheiro no bolso tende a resultar em maior consumo de carne. Assim, a procura de alimentos de origem animal cresceu naqueles países. A nova demanda criou um desafio para os produtores de carne e também para os plantadores da soja e dos cereais usados na fabricação de rações.
Leia mais

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu