Opinião

Plebiscito já! E viva o rei!

Sandra Cavalcanti
Pelo andar das carruagens palacianas, o plebiscito vem aí. O Congresso deve autorizar a sua convocação. O governo dispõe de ampla e submissa maioria parlamentar. Vai ser fácil de convencer e fácil de comprar. Esse plebiscito pode bem ser realizado lá pelo primeiro semestre do ano que vem.A maior dificuldade surgirá na escolha dos quesitos. Qual será pergunta-chave desse plebiscito? Em busca de que respostas ele será formulado? É óbvio que os atuais ocupantes do Planalto buscarão uma base legal para continuarem no poder após as eleições de 2010. Mas eles estão muito inseguros quanto ao desempenho de seus candidatos e acham que só Lula mostra força eleitoral para isso. Como resolver o impedimento constitucional dessa sua terceira candidatura consecutiva? Se for um mandato novo, por novas regras, ele poderá pleitear o posto, de novo, em 2014?

Muitos acham que a questão, posta assim, não seria bem aceita pelo País. Por isso, vão dourar a pílula. Agora, é apenas uma mudança no prazo do mandato presidencial. Embora as sugestões não satisfaçam os muitos grupos, todas exibem o mesmo objetivo: usar ao máximo a popularidade de Lula para ficar no poder por mais tempo. Mas esse sonho de permanência no Planalto não poderá esbarrar em inesperadas traições, má condução na campanha, riscos mundiais insuperáveis e até (Deus o livre disso!) morte repentina do candidato?
Para mim, o ideal seria aproveitar o atual momento político, que tem trazido à tona todas as fraquezas, deficiências e engodos do nosso presidencialismo apodrecido, corroído, incapaz e atrasado, e nessa consulta ao povo buscar a solução correta, madura e moderna para o gerenciamento de nosso país. Por que ficar remendando tecido estragado, se podemos adotar um sistema saudável, robusto, praticado pelas democracias mais desenvolvidas?
Acho que o plebiscito deveria autorizar o Congresso a adotar a Monarquia parlamentar. Isso mesmo, Monarquia parlamentar! Usar o modelo de Espanha, Inglaterra, Japão, Suécia, Holanda, Dinamarca, Noruega e outros. As vantagens seriam imediatas. O Brasil continuaria a ser uma Federação. O voto continuaria a ser direto, universal, periódico - e, aí, sim, distrital. Os direitos e garantias individuais continuariam os mesmos. A chefia do governo caberia ao primeiro-ministro, apoiado por maioria parlamentar. A chefia do Estado caberia ao rei.
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Nota do Editor - Boa proposta. Monarquia parlamentar tendo com rei Luiz Inácio Lula da Silva com o título de Dom Lulo I. Rei socialista, sempre pronto a criticar privilégios da nobreza. Viva Dom Lulo. (Sidney Borges)

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