Quem paga a conta?
Classe média vive crise de renda, de empregos e de perspectivas
Segmento é responsável por 50% do PIB nacional, paga cada vez mais tributos e recebe pouco em troca
Fernando Dantas
A classe média perdeu mobilidade social, paga a maior parte dos impostos e gasta cada vez mais com serviços que, teoricamente, o Estado deveria fornecer. O resultado dessa conjunção de fatores é que esse segmento da população, que na definição convencional engloba as classes A e B, excluindo os mais ricos, é hoje o mais insatisfeito da pirâmide social brasileira. Além de se ver sobretaxada e excluída das prioridades do Estado, a classe média é particularmente sensível aos escândalos de corrupção que campearam tanto no Executivo quanto no Legislativo nos últimos anos - e com particular intensidade no governo Lula.Segundo um trabalho de janeiro de 2006 dos economistas Claudio Dedecca e Eliane Rosandiski, da Universidade de Campinas, 86,1% do aumento dos empregos com carteira assinada entre 2002 e 2004 ocorreu na faixa entre um e dois salários mínimos. Na faixa de dez ou mais salários mínimos, onde se situa parte considerável dos integrantes da classe média, houve um recuo de 10,6% nos postos de trabalho com carteira assinada naquele período. 'Hoje, o filho da classe média não consegue emprego para reproduzir o mesmo padrão dos pais', diz Márcio Pochman, também da Universidade de Campinas.
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Segmento é responsável por 50% do PIB nacional, paga cada vez mais tributos e recebe pouco em troca
Fernando Dantas
A classe média perdeu mobilidade social, paga a maior parte dos impostos e gasta cada vez mais com serviços que, teoricamente, o Estado deveria fornecer. O resultado dessa conjunção de fatores é que esse segmento da população, que na definição convencional engloba as classes A e B, excluindo os mais ricos, é hoje o mais insatisfeito da pirâmide social brasileira. Além de se ver sobretaxada e excluída das prioridades do Estado, a classe média é particularmente sensível aos escândalos de corrupção que campearam tanto no Executivo quanto no Legislativo nos últimos anos - e com particular intensidade no governo Lula.Segundo um trabalho de janeiro de 2006 dos economistas Claudio Dedecca e Eliane Rosandiski, da Universidade de Campinas, 86,1% do aumento dos empregos com carteira assinada entre 2002 e 2004 ocorreu na faixa entre um e dois salários mínimos. Na faixa de dez ou mais salários mínimos, onde se situa parte considerável dos integrantes da classe média, houve um recuo de 10,6% nos postos de trabalho com carteira assinada naquele período. 'Hoje, o filho da classe média não consegue emprego para reproduzir o mesmo padrão dos pais', diz Márcio Pochman, também da Universidade de Campinas.
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