Editorial
Da política
Dentre os inúmeros significados do termo política, há que se ressaltar aquele do Aurélio, que fala de habilidade no trato das relações humanas com vista à obtenção dos resultados desejados. Política implica em civilidade, cortesia e boas doses de astúcia e esperteza. Enfim, quem pretende ter sucesso na arte da política precisa aprender a conversar, negociar e fazer alianças. O problema do político de vida curta é que quando o poder é atingido ele tem a impressão de que é eterno. Quem está no Olimpo dificilmente escapa de ser picado pela mosca azul. Não raro começa a acreditar que chegou ao poder pela graça de Deus, que é ungido pela sorte e nunca mais voltará ao plano dos mortais. É aí que a porca torce o rabo e o político de vida curta começa a descer do pedestal. Políticos devem ter em mente que seus auxiliares só precisam ter uma qualificação: capacidade comprovada. Também é desejável alguma disposição para o trabalho. Não é necessário que sejam do mesmo partido ou da mesma agremiação esportiva ou religiosa. Devem ser competentes, senão seus erros serão atribuídos ao chefe. E de erro em erro, o cidadão comum acaba despertando da letargia que lhe é peculiar e tomando uma posição. O acúmulo de erros é fruto de falta de planejamento, de excesso de adulação ao chefe e de pouco apreço pelo dever. Sobrevive-se puxando o saco, trabalhar cansa. Dentre os erros que o político pode cometer há um imperdoável. Criar barreiras intransponíveis que impeçam alianças futuras. Inventar inimigos entre os simpatizantes de ontem. A somatória de intransigência combinada com maus auxiliares pode ser materializada em pregos. Pregos do caixão do político de vida curta, que ao ver a tampa do esquife escurecendo seu ambiente vai se perguntar: onde foi que eu errei? Será tarde. Nessa altura os maus auxiliares já estarão sobrevoando outro senhor para garantir a sinecura.
Sidney Borges
Dentre os inúmeros significados do termo política, há que se ressaltar aquele do Aurélio, que fala de habilidade no trato das relações humanas com vista à obtenção dos resultados desejados. Política implica em civilidade, cortesia e boas doses de astúcia e esperteza. Enfim, quem pretende ter sucesso na arte da política precisa aprender a conversar, negociar e fazer alianças. O problema do político de vida curta é que quando o poder é atingido ele tem a impressão de que é eterno. Quem está no Olimpo dificilmente escapa de ser picado pela mosca azul. Não raro começa a acreditar que chegou ao poder pela graça de Deus, que é ungido pela sorte e nunca mais voltará ao plano dos mortais. É aí que a porca torce o rabo e o político de vida curta começa a descer do pedestal. Políticos devem ter em mente que seus auxiliares só precisam ter uma qualificação: capacidade comprovada. Também é desejável alguma disposição para o trabalho. Não é necessário que sejam do mesmo partido ou da mesma agremiação esportiva ou religiosa. Devem ser competentes, senão seus erros serão atribuídos ao chefe. E de erro em erro, o cidadão comum acaba despertando da letargia que lhe é peculiar e tomando uma posição. O acúmulo de erros é fruto de falta de planejamento, de excesso de adulação ao chefe e de pouco apreço pelo dever. Sobrevive-se puxando o saco, trabalhar cansa. Dentre os erros que o político pode cometer há um imperdoável. Criar barreiras intransponíveis que impeçam alianças futuras. Inventar inimigos entre os simpatizantes de ontem. A somatória de intransigência combinada com maus auxiliares pode ser materializada em pregos. Pregos do caixão do político de vida curta, que ao ver a tampa do esquife escurecendo seu ambiente vai se perguntar: onde foi que eu errei? Será tarde. Nessa altura os maus auxiliares já estarão sobrevoando outro senhor para garantir a sinecura.
Sidney Borges
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