Opinião
Corsino Aliste Mezquita
Ilusões e avaliações fantasiosas nos são transmitidas todos os dias. Para a publicidade municipal vivemos no “REINO DE JAUJA”. Fatos e obras são divulgados como se forem realidades perfeitas, quando são, apenas, canteiros de obras ou projetos mentais dos ocupantes do poder. Nessa ânsia projetiva chegaram a desrespeitar os últimos vinte anos de história de Ubatuba publicando: “Resgatando vinte anos em quatro” e, posteriormente: “Avançando vinte anos em quatro”. Desses quatro anos já se passaram, praticamente, dois. Nada indica, o registro de indícios de “resgate” ou de “avanços” que justifiquem as frases, a toda hora usadas, pelo burgomestre ubatubense. Observadores atentos, equilibrados e isentos de paixões político-partidárias, analisam que, nem a lição de casa e as rotinas do “dia a dia”, do “aqui e agora” estão sendo realizadas satisfatoriamente e a contento. Os ocupantes do poder com verborragia e loquacidade estão querendo ocultar as manifestações existentes pelo desabastecimento das repartições, o descontentamento dos funcionários e as preocupações com a suposta falta de recursos para honrar o orçamento previsto e encerrar o ano fiscal com dignidade.
Administração que não cuida de “planejamento”, “preços”, “prazos” e “qualidade” não tem o direito de auto-se-denominar: “administração do resgate”, “vinte anos em quatro”, do “nunca antes”, sem se expor a ser contestada e todos esses qualificativos serem acrescentados de outros adjetivos como: “ódio”, “desgaste”, “perseguição”, etc...etc.
Fazendo um périplo por algumas obras, em andamento, pode observar-se, olhando as placas e as obras: preços questionáveis, qualidade duvidosa, erros imperdoáveis, e prazos nunca observados.
Alguns exemplos podem ser registrados, só comentando o que consta nas placas, para não corrermos o perigo de sermos processados por calúnia, difamação, ou injúria. Não faremos referência aos supostos termos aditivos, de preço e prazo, já que eles não constam das placas de obra.
Consta na placa da EMEI, em construção, da rua Paraná, esquina com a Thomaz Galhardo, (obra contratada para a empresa MASSAGUAÇU), prazo de contrato 210 dias. Não consta a data de início da obra. Não sabemos quais a intenções dessa omissão. Para azar dos que queriam ocultar a data, ela foi registrada, no dia que, efetivamente, começaram a trabalhar. Aconteceu no dia 28 de março de 2006. Dia 28 de outubro completaram-se os 210 dias. A obra está em ponto de laje. Nem um terço está pronto. Não é isso improbidade administrativa?. Valor R$ 692.408,42. É isso uso do dinheiro público com responsabilidade?.
A placa da obra da Av. Iperoig indica, como final de contrato, o dia 25 de novembro de 2006. Hoje já é 16-11-06. Faltam nove dias. Nem cinqüenta por cento da obra está pronta. Quem será punido por não observar os prazos?. Quem pagará os prejuízos que a obra acarreta ao comércio localizado na área?. Valor R$ 2.021.849,52.
A placa da obra da Praça 13 de Maio indica que, o contrato, se encerra no dia 26 de novembro de 2006. Faltam dez dias. Esperamos que até lá retirem o tapume horroroso para conhecer o coelho que vai sair daquela cartola. Já foi registrado que terá obstáculos no meio dos caminhos. Valor R$ 514.964,96.
As placas da obra da primeira parte da urbanização da Av. Governador Abreu Sodré, (também obra da MASSAGUAÇU), tem como prazo de execução 10 meses. Não tem data de início. O contrato é o de n° 11.733/05, (ano passado). Supostamente estará vencido. Já que se passaram mais de dez meses de 2006. Valor R$ 757.693,15.
As placas da segunda parte da urbanização da Av. Governador Abreu Sodré tem, o fim do contrato, registrado em 08-11-06. A obra se inicia na rua Nóbrega e deverá ir até o rio Indaiá. A execução está longe, muito longe, do rio e de ser concluída. Valor 475.040,20.
A placa da obra de ampliação da EM. Honor Figueira, no bairro de Itamambuca, indica, na placa, que o contrato se encerrou em 03-04-06 ou há sete meses. Valor R$ 114.370,34. Observando, os preços das outras obras, é a prima pobre das construções e a campeã dos atrasos.
São alguns exemplos. Outros, já foram citados em artigos anteriores ou por outros escribas. Sabemos que empreiteiros não são anjos celestes. Às vezes, um ou outro, cria problemas. Todos estarem atrasados apesar dos preços generosos, nunca tinha acontecido, em Ubatuba. Serem contemplados com novas obras apesar dos atrasos e de outros problemas também é originalidade da atual administração. “Nunca antes tinha se resgatado tanta morosidade, tamanha incompetência”!!! Será tolerância com os amigos?.
Outros comentaristas, com mais autoridade que este humilde escriba, sugeriram vigilância e ações dos agentes políticos que tem como dever a fiscalização. Solicitaram também maior participação da comunidade e das entidades de classe para cuidar dos interesses do município. A falta de planejamento e outras graves mazelas, supostamente, existentes, são fatos evidentes. Essas falhas podem comprometer irremediavelmente o futuro do município. Parafraseando o Almirante Barroso, na batalha de Riachuelo: “UBATUBA ESPERA QUE TODOS CUMPRAM COM SEU DEVER”.
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