A Semana

Bastou revelar o segredo da múmia para que se manifestasse a maldição. “Maldição da múmia” do Lenin. O Ubatuba Víbora amanheceu fora do ar. Isto é, a página estava no ar, mas não aceitava novas publicações. Imaginei que poderia ser alguma configuração do computador. Tentei em outra máquina, o problema permaneceu. Peço, portanto, desculpas pelo desconforto, já voltou aos conformes. Tudo indica que a cassação do vereador Jairo dos Santos vá terminar em pizza, exatamente como começou, arquitetada que foi por um conhecedor da iguaria peninsular. Quando percebeu que o seu finíssimo telhado de cristal poderia vir abaixo, o mentor da denúncia roeu a corda. A cidade está envergonhada e arrependida. Votou mal. Há exceções, em toda regra as há. Se, no entanto, as contássemos usando como guia a mão mutilada de Lula, não preencheríamos os dedos restantes. Males da democracia jovem. A semana continua mostrando o duelo do superfaturamento. De um lado o professor Corsino. No outro córner o Poder Executivo. Acerola de 600% “over”, contra metro quadrado de mil e duzentos reais. Não seria o caso da Câmara manifestar algum interesse? Pelo jeito o assunto não é da alçada dos vereadores. Outra coisa que começa a saltar aos olhos é o enfrentamento do Poder Judiciário. O Juiz dá a ordem, é desobedecido e tudo continua igual, com o mundo girando e a Luzitana rodando. Nesta semana lembrei-me de um fato ocorrido às vésperas da eleição de 2004, quando entrei no “Batatinha” para almoçar e me deparei com um mar de assessores do ex-prefeito Paulo Ramos, todos envergando a camiseta do líder, o que será proibido doravante. Um deles, mais alegre, descontraído pelos vapores alcoólicos me provocou:
- E aí Víbora, vai votar no Paulo?
Respondi à Amália Rodrigues:
- “Em quem eu voto, nem às paredes confesso”.
Ele não entendeu e continuou:
- Vai dar Paulo na cabeça. Com três mil votos de diferença. Quer apostar? Dou dois mil de lambuja.
Fiquei com vontade de aceitar. Eu tinha minhas razões para acreditar que a eleição seria difícil. Paulo poderia vencer, mas jamais pela margem anunciada. Durante as semanas anteriores eu tinha feito minhas próprias pesquisas. Ora telefônicas, ora boca-a-boca, a maioria através da Internet, via e-mails. Delas concluí que a eleição seria decidida no último momento. Não as publiquei, o candidato Pedro Tuzino estava em fase de furor jurídico. Como ele havia processado o “Guaruçá” e o “Litoral Virtual”, achei prudente não cutucar a fera. Embora mambembes as consultas o colocavam em terceiro na disputa. Os processos contra a imprensa foram decisivos na derrota do candidato tucano, atitude antipática e infantil que só prejudicou sua candidatura. Tenho lido muita coisa sobre a luz na região norte. Acho que o Prefeito deveria colocar empenho extra para solucionar o impasse. É inadmissível que no século XXI, no estado mais rico do país exista uma comunidade privada de energia elétrica. Apesar do problema não ser da alçada da prefeitura, o acompanhamento direto do chefe do executivo certamente apressará o desfecho que todos almejam.

Sidney Borges

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