Brasil

Palocci é o show

Sidney Borges
Quinta feira é dia de função no Circo Brasil. O grande prestigitador da "república da língua plesa", Antonio Palocci, será a atração máxima. Espera-se grande público. No ponto culminante do espetáculo Palocci mostrará sua especialidade.

Materializar contas secretas mediante gestos hipnóticos. No melhor estilo Mandrake.

Para quem pegou o bonde andando, um refresco na memória.

Todos sabem o que é casa de tolerância. Isso mesmo, local onde moças bonitas recebem homens com dinheiro. Depois das apresentações formam-se casais que praticam folguedos diversos. Quando o jogo termina os homens voltam para as esposas, satisfeitos. As meninas vão ao shopping movimentar a economia.

Palocci é virtuoso, é petista. Petistas são sempre virtuosos e puros. Jurou perante o crucifixo que nunca pisou em um antro de pecado. Francenildo, o caseiro, disse que Palocci mentiu, pois o viu muitas vezes junto às meninas tolerantes.

Palocci resolveu que a vingança seria maligna. Usando de magia materializou o extrato bancário de Francenildo. E saiu gritando aos quatro ventos: heureca, heureca, tem grana alta na conta do cara, trinta mil reais. Pobretão com trinta mil reais. Proletário com trinta mil reais. Não pode, é proibido.

Entre idas e vindas, Francenildo não teve dificuldade em mostrar a origem do dinheiro, mas Palocci não conseguiu provar que era mágico. Muita gente desconfiou que ele tenha usado do poder de ministro e violado o sigilo bancário de um brasileiro.

Na quinta-feira o ex-Ministro terá a oportunidade de fazer mágica de verdade e convencer os julgadores de que o que aconteceu não aconteceu. Brasil, terra de Pimenta Neves. Tudo é possivel.

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