Opinião

A divisão do PSDB

Editorial do Estadão
Um PSDB profundamente cindido fará a sua convenção municipal, amanhã, para escolher seu candidato à Prefeitura de São Paulo. Em outras circunstâncias, as brigas e picuinhas a que se dedicam as duas alas em que se dividiu o partido - uma, apoiando a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin; a outra, defendendo a manutenção da aliança com os Democratas, tendo o prefeito Gilberto Kassab como cabeça de chapa - não seriam mais que episódios pitorescos da política municipal. Mas o fato é que a disputa no diretório paulistano está sendo vista por quem acompanha os meandros da política nacional como um prelúdio do que acontecerá no principal partido de oposição ao governo Lula dentro de pouco mais de um ano, quando for escolher o seu candidato à sucessão presidencial.

O PSDB foi criado em 1988 por um pequeno núcleo de políticos, basicamente parlamentares que discordavam dos métodos de ação dos principais caciques do PMDB, em especial de José Sarney e de Orestes Quércia. Teve um crescimento meteórico. Seis anos depois de criado, bafejado pela vitória do Plano Real contra a inflação, elegia o presidente da República, alguns governadores e vários prefeitos de cidades importantes. Além do Plano Real, deveu-se esse sucesso a uma rede de alianças com partidos que já tinham consolidado suas presenças em todo o território nacional. A aliança com o PFL, hoje DEM, foi decisiva para o processo de crescimento e consolidação do PSDB. Em São Paulo, essa aliança garantiu a eleição de Mário Covas, e depois a de Geraldo Alckmin, ao governo do Estado; e a de José Serra, e depois a de Gilberto Kassab, à Prefeitura da capital, e a de Serra para o governo do Estado.
É a política de alianças que tem dado vitalidade e volume eleitoral ao PSDB, que não é um partido de massas. O governador tucano Aécio Neves, por exemplo, goza de índices recordes de popularidade em Minas, mas está costurando uma coalizão com partidos de esquerda para eleger o próximo prefeito de Belo Horizonte e consolidar a sua pré-candidatura à Presidência, em 2010. Com essa manobra, dividiu o PT: o diretório municipal quer fazer parte do grupo, mas a direção nacional repudia a aliança.
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Comentários

Anônimo disse…
sidney, fiquei chateada com quase o seu encontro com a morte;se lago de ruim lhe acontecesse, nós perderiamos este blogger sensacional. adoro ler todos os dias.Uma vida integente neste lugar.Quanto a convenção do PSDB, sabiamos que seria assim. não houve nada de inédito. Quanto a saude , se cuide, um forte abraço.Juliana Graciolli

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