Turbulência nos mercados

Greenspan diz que a crise atual já é a pior desde a Segunda Guerra

Marília Martins
O ex-presidente do Banco Central dos EUA, Alan Greenspan, considera que a crise econômica atual ja é a pior em seu país desde a Segunda Guerra Mundial. Em artigo no jornal "Financial Times", Greenspan disse que a crise só começará a dar sinais de estar no fim quando os preços do mercado imobiliário estiverem estabilizados. Para ele, o problema atualmente ainda é a possibilidade de contágio de outros setores da economia, por conta da desconfiança de que haja mais instituições financeiras envolvidas com problemas no mercado de hipotecas. E por isto ainda é incerto o nível a partir dos quais os preços voltarão a estabilizar. O fantasma do Bear Stearns vai ainda rondar Wall Street esta semana. A quebra de uma instituição financeira deste porte, comprada com mais de 90% de desconto pelo JP Morgan Chase, e mesmo assim com uma ajuda de US$ 30 bilhões do Federal Reserve, levou investidores dos fundos de ações a tremer diante dos relatórios do primeiro trimestre do ano, que começam a ser preparados por grandes corporações do mercado financeiro, como Lehman Brothers, Goldman Sachs e Morgan Stanley.


Analista de mercado prevê que ações perderão 50% do valor nos EUA

Uma das mais temidas analistas de mercado, Meredith Whitney, prevê que o mercado de ações nos EUA pode perder metade de seu valor até o fim do ano. Meredith Whitney trabalha para a CIBC World Market uma subsidiária do Canadian Imperial Bank of Commerce. Ela é autora de um famoso relatório sobre os balances financeiros do Citibank que levou o grupo a perder mais de US$ 15 bilhões por conta de investidores amedrontados pela previsões de prejuízo feitas pela analista, que depois foram confirmadas pela queda do presidente do Citigroup. Meredith Whitney assinou uma nota para os clientes do serviço financeiro que representa afirmando que Merril Lynch, UBS e Citigroup terão as maiores quedas no mercado nos próximos dias.
Alguns dos maiores bancos de investimentos americanos estão preparando seus balances trimestrais até 31 de março. Muitos analistas acreditam que a Goldman Sachs, que parecia até agora immune à crise, vai revelar um prejuízo de US$ 3 bilhões no primeiro trimester de 2008. A corretora Lehmann Brothers pode anunciar uma queda de 63% em seus rendimentos no trimestre. A corretora Morgan Stanley, que já anunciou uma exposição ao mercado de subprime da ordem de US$ 9,4 bilhões, pode anunciar perdas da ordem de US$ 500 milhões. Até o fim de março, os relatórios irão trazer ainda mais notícias desagradáveis para os investidores americanos.

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