Reflexões

Para onde caminhamos?

Sidney Borges
O modelo de produção vigente elegeu o capital cosmopolita como galã da novela. Bonito, cheiroso, sempre penteado, com dentes brancos e brilhantes e hálito de eucalipto. Não é americano, inglês, tibetano ou japonês, não tem pátria, sua meta é render. Render muito. Sempre mais. Também são cidadãos do mundo os encantadores de massas, astros da música e craques de futebol. O modelo vende a imagem do vencedor, entretanto cria seres que servem e não usufruem. Os trabalhadores, inclusive os de colarinho branco. Não é deles o direito de ter o que há de melhor na sociedade do deus capital. Não podem circular, trotar mundo, conhecer lugares e pessoas, viajar. Dizer que a globalização não amplia espaços seria forçar a barra, os espaços nunca foram largos, as desigualdades continuam como d’antes. A novidade são os problemas ambientais, que colocam em jogo o direito à vida das gerações futuras. São Paulo parou. Os congestionamentos já atingem garagens de condomínios. Faço uma indagação para a qual não quero uma resposta pronta, não existe. A finalidade do questionamento é induzir os leitores a um momento de reflexão. Será que o atual padrão de desenvolvimento nos deixa mais felizes? Ou sensatos? Será que não chegou o momento de buscar uma alternativa à corrida em direção à falésia? Como cantou Cazuza, com pequena alteração de minha lavra: utopia, eu quero uma pra viver...

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