Eleições 2008

Alckmin e as prévias no PSDB

Por José Alberto Bombig, na Folha
Acuado após a recente ofensiva do grupo pró-Gilberto Kassab (DEM), mas amparado pela liderança nas pesquisas, o ex-governador Geraldo Alckmin quer usar a realização de prévias no PSDB para encerrar a disputa em torno de quem o partido apoiará para a disputa da Prefeitura de São Paulo.
Anteontem, Alckmin reuniu seu grupo na capital paulista e avaliou que está "espremido e isolado entre as máquinas da prefeitura e do governo estadual" e que só uma "consulta" ao partido, aliada ao resultado das pesquisas, poderá mantê-lo vivo na disputa.
A consulta, prevista em estatuto e considerada uma saída extrema até pelos seus aliados, será utilizada se fracassarem a manifestação prevista para o próximo dia 27, convocada por apoiadores do ex-governador, e a busca de consenso entre os líderes do partido -Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aécio Neves, Sérgio Guerra e o próprio Alckmin.
"O movimento que nasceu nas bases do partido fará mais um ato pró-candidatura própria do PSDB em São Paulo na próxima quinta-feira. Venha e convide os amigos para mais uma noite histórica em defesa do PSDB", diz texto que está sendo distribuído pelo grupo a filiados e simpatizantes.
Alckmin, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, planeja com isso neutralizar o discurso de que sua intenção de concorrer nas urnas leva em consideração apenas aspectos pessoais em detrimento dos interesses partidários, já que o PSDB faz parte da atual administração da capital.
Na terça-feira passada, a maioria dos vereadores tucanos apoiou um manifesto, assinado pelo líder da bancada, Gilberto Natalini, afirmando que "a cidade é nossa há 40 meses", já que Kassab era vice de José Serra (PSDB), empossado em 2005 na prefeitura.

Nota do Editor - A estratégia de Alckmin é conhecida, usar o peso do recall para impor a vontade. O problema é que na hora do vamos ver os votos desaparecem, como desapareceram na campanha presidencial. Falta consistência, falta punch. Em Ubatuba o uso das pesquisas também obedece a interesses pessoais, Alckmin é do Vale, pensa parecido. Em eleições passadas a estratégia funcionou intra-muros e resultou em fracasso nas urnas, isto é, quem usou as pesquisas se deu bem dentro do partido e foi um fiasco perante a sociedade. O passado poderia servir de lição, mas não serve, a política coloca lentes otimistas nos olhos da alma. Todos já ganharam, no entanto apenas um vai vencer. Se me perguntarem quem, não saberei responder, não tenho o dom da predição, sei que tem mais chance o candidato que tiver a menor rejeição. E digo mais, com uma campanha bem feita a pouca rejeição é imbatível. (Sidney Borges)

Comentários

Leitor assíduo do blog, quero parabenizá-lo pela iniciativa. Meu comentário é simples. Os tucanos estão numa tremenda saia justa com os DEM em São Paulo. Agora que o DEM deixou de ser sombra coadjuvante e passou para o estrelato vai ser difícil demover a turma do Kassab a não disputar as eleições, até porque a administração municipal é muito bem avaliada pela população.
Anônimo disse…
Caro Sidney, feliz Páscoa. Estou torcendo para que Alckmin e tudo o que ele trouxe atrás de si desapareça neste ano.
Conheço um político aqui do Litoral Norte, que em conversa reservada comigo disse que espera o mesmo. E o interessante é que armou uma estratégia política capaz mesmo de isolar os alckmistas de sua cidade. A conferir, brevemente. Qualquer novidade conto a você.

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