Opinião

MST desembestado

Editorial do Estadão
A pretexto do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, o Movimento dos Sem-Terra (MST), em parceria com a Via Campesina - uma espécie de holding internacional do crime organizado contra o sistema econômico de que o agronegócio é o principal expoente -, vem comandando há uma semana uma seqüência de ações violentas que espoucaram em uma dezena e meia de pontos do território nacional, do Maranhão ao Rio Grande do Sul. Mulheres - de preferência grávidas - e crianças foram escaladas para formar na vanguarda das manifestações, o que se destina a funcionar como escudo contra intervenções policiais e a "provar" a espontaneidade das incursões.
Não há como negar que o MST e os seus associados constituem hoje um empreendimento clandestino cada vez mais bem estruturado. Desde a escolha dos alvos, a fabricação de razões de ressonância social para justificar os ataques caso a caso, passando pelos aspectos logísticos da arregimentação e transporte da tropa, ao espetáculo da operação em si - nada parece deixado ao improviso. O planejamento inclui até mesmo a convocação da mídia e a produção de material jornalístico para assegurar ampla publicidade aos atentados, no País e no exterior. Tome-se o episódio da invasão de uma unidade de pesquisa da Monsanto, em Santa Cruz das Palmeiras, no interior de São Paulo. Na madrugada de sexta-feira, um destacamento feminino de cerca de 40 ativistas armadas de paus e foices ocupou o lugar o tempo estritamente necessário para destruir uma estufa e três campos experimentais de milho transgênico, fincar bandeiras e pichar os slogans "mulheres em luta" e "transgênico mata". Quando o dia amanheceu, os organizadores da razzia alertaram a imprensa, oferecendo-lhes, à maneira de uma assessoria de comunicação, fotos do ocorrido. Em Brasília, a coordenadora nacional da Via Campesina e do MST, Marina dos Santos, estava a postos para explicar que o ato foi um protesto contra a recente decisão do governo - que é o financiador do MST - liberando o cultivo de duas variedades de milho geneticamente modificado, uma delas da Monsanto.
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