Reflexões bolivarianas

A história manda ter cautela

Desde a adolescência leio tudo o que me cai nas mãos sobre o nazismo. A motivação teve início quando encontrei um exemplar da revista Life em meio a cacarecos velhos no sótão da casa de meus pais, eu tinha doze ou treze anos. Havia uma reportagem fotográfica do campo de concentração de Auschwitz. Fiquei chocado, sem poder dormir direito por muito tempo, na verdade aquelas fotos ainda me causam espécie. Nessa época eu já alimentava desconfianças a respeito do ser humano, que para mim nasce e morre com sérios defeitos de concepção, mas isso é outra história. Um dia escreverei sobre meus projetos de mudança do mundo, que acho completamente errado. Naquele momento a televisão passava, por coincidência, uma série denominada Winston Churchill, sobre a vida do primeiro ministro inglês durante o conflito mundial. Uma coisa chama a outra e acabei lendo Mein Kampf, de Adolf Hitler, em tradução portuguesa. O livro é medíocre, mas revelador. Mostra em detalhes o pensamento do homem que iria mudar a história da Europa. Está tudo lá, para quem tiver interesse há exemplares disponíveis em sebos. Pode-se dizer muita coisa de Hitler, que foi um maluco, que suas idéias eram e são abomináveis, que causou a morte de quarenta milhões de pessoas, que perseguiu injustamente judeus, ciganos e outras minorias étnicas e religiosas. É tudo verdade. Só não podemos dizer que mentiu. Seus planos estão escritos de forma clara e cristalina no “Minha Vida”. Porque o mundo se disse surpreendido quando ele começou a atacar a gregos e troianos? Eu suponho que não o levaram a sério por ser político, ao longo da história seus pares sempre prometeram e não cumpriram. Hitler foi um louco sanguinário sincero, disse a verdade, anunciou que iria conquistar o mundo e quando alcançou o poder tentou. Acabou dando com os burros n’água, é verdade, mas quase conseguiu. Não fosse o seu ódio aos judeus e a Alemanha teria produzido artefatos nucleares antes dos americanos. Agora estou assistindo verdadeiramente extasiado a escalada democrática de Chávez, que não tem paralelo com Hitler, mas que poderá nos causar choro e ranger de dentes. Há uma ressalva, venezuelanos não são alemães, não vão entrar na onda da obediência cega, mas temo por problemas na América do Sul com a assinatura de Chávez. Porque ele está se armando? A quem ele quer intimidar? Espero estar errado, espero ver a Venezuela desenvolvida e rica com o dinheiro do petróleo. Chávez tem uma oportunidade de ouro nas mãos. Que faça bom uso dos milhões de dólares que brotam do subsolo venezuelano. E esqueça os sonhos napoleônicos. (Sidney Borges)

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