Cidadania

Consciência Negra

Consciência Negra é compreender que, após o da escravidão, a maioria dos ex-escravos foi “jogada fora”, sem terra para plantar, sem emprego e sem teto. Apenas alguns deles, os que permaneceram com seus antigos donos, conseguiram alguma segurança em troca da liberdade. Mesmo os libertos, ou os que nunca tinham sido escravos e ganhavam a vida por conta própria, foram perdendo seus lugares, até nas ocupações mais humildes, para os imigrantes que aqui chegavam.
Consciência Negra é entender que, desde antes da escravidão, criou-se uma Literatura que infundiu na cabeça do brasileiro uma impressão irreal sobre o povo negro como um todo, como, por exemplo, dizer que o negro é feio, sujo e pouco inteligente que só quer saber de festa, de diversão e que suas religiões são infantis, que ele só serve para pegar no pesado, praticar esportes fazer música e sexo. O pior é que muitos negros acreditam nisso.
Consciência Negra é saber que o povo negro não resistiu passivamente a escravidão e usou de todos os meios que tinham ao alcance para se libertar. É saber também, que houve negros que lucraram com o tráfico de escravos, a partir do século XVII. Essa modalidade de escravidão foi levada à África pelos europeus.
Consciência Negra é, enfim, entender que o conceito de negro é, hoje, um conceito político, que engloba pretos, pardos, mulatos (mais ou menos claros) desde que se aceitem como tal e estejam dispostos a dar um basta no que, hoje se vê, nas telenovelas, nas profissões mais lucrativas, nas gerências empresariais, nos altos escalões de decisão, nos espaços de prestígio e de formação de opinião, nos locais onde se concentra a renda nacional. E o que se vê nesses lugares e situações, é um Brasil que não corresponde à realidade de sua população que é constituída por mais de 60 por cento de descendentes, próximos ou não, dos africanos aqui escravizados. (Cesário)

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