Cultura

O som do violão que deixa saudades

Celso T. Leite
Neste domingo, dia 25, a partir das 7:00h, a TV Globo exibe o tradicional Globo Rural com trilha sonora do violonista Francisco Araújo. Os arranjos no violão acompanham a matéria “Caminõs del Passo Fino”, abordando a musicalidade do trotar de uma raça de cavalo colombiano. Este é mais um trabalho do violonista Francisco Araújo que esteve em Ubatuba, a convite da Fundart, participando da 2ª Semana da Música que aconteceu no prédio do antigo Fórum, na Praça Nóbrega.
Natural de Quitaus, atual Crato, no Ceará e formado em História da Arte, pela UNIP, Francisco Araújo é hoje referência nacional como violonista tendo sido revelação no Festival de Campos de Jordão, em 1974 e se apresentado no 20º Concurso de Música em Campostella, na Espanha, cujo idealizador é nada menos que Andrés Segovia. A apresentação de Araújo emociona pois seu violão é mágico. “Sou defensor ardoroso da música brasileira e considero o violão o instrumento mais ligado à nossa história. Tivemos, no início a serenata, passamos para o choro e chegamos a bossa nova. Em todos estes movimentos a forte presença do violão. Junto com ele, a flauta e o cavaquinho formando o conhecido “trio de pau e corda”. A serenata foi o primeiro movimento musical de rua no Brasil e não há como ficar alheio a musicalidade de uma Casa de Caboclo, Luar do Sertão, Chuá-Chuá ou um Chão de Estrelas. São ícones”, diz.
Seus dois CDs – “Francisco Araújo de Sertões e Serestas” e “Francisco Araújo deitando e rolando”, lançados pela CPC Umes, mereceram do crítico Mário Dias, de O Estado de São Paulo, a definição de “um divisor de águas”. No dia 12 de dezembro grava um DVD e CD “Nas cordas do violão”, ao vivo. Para o próximo ano também está agendada a edição de um livro de música intitulado “Violão, uma história brasileira”.
Seus ídolos são Baden Powell, Dilermano Reis, Paulinho Nogueira e Garoto, e além de seu pai, o grande mestre foi Aimoré. Sobre a fase atual da música em Ubatuba: “A Semana da Música, de Ubatuba é uma iniciativa brilhante, o esforço do pessoal da Fundart, onde tenho muitos amigos, tem honestidade de propósitos, são pessoas que trabalham e por isso tem muito valor. É preciso, entretanto, que as autoridades invistam mais.”
Araújo sobrevive com seu violão ministrando palestras, exibindo sua arte em shows e já tem mais de 400 obras para solos de violão ao longo de 25 anos de carreira. Sua opinião sobre a importância do nosso potencial musical: “A forma mais perene de divulgação é o turismo musical e artístico, pois não depende de modismos”, conclui Araújo.

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