História vivida

Meu amigo Che

Agora virou moda falar de Che Guevara. Uns o colocam com aura de santo enquanto outros o chamam de porco sujo, poucos se dão conta do contexto em que Che viveu e atuou politicamente, tão diferente dos dias de hoje. Che era um jovem rico, educado, originário da mais fina burguesia argentina, nos anos quarenta das mais cultas e sofisticadas do mundo. Nos dias do pós-guerra havia dois lados. Aqui deve ficar bem claro que esses lados mostravam colorações diferentes conforme o referencial adotado. Quem vivia na América do Sul e tinha acesso à informação, dificilmente aprovaria as ações da diplomacia americana no continente. Os ditadores pró-Estados Unidos eram “macacos” corruptos e sanguinários e os Estados Unidos ao apoiar seus regimes estavam criando um caldo de cultura antiamericano que ainda vai perdurar por muitos anos. Che teve a coragem de abandonar o conforto burguês e lutar por um ideal que no momento lhe pareceu justo, a mim também embora eu não fizesse parte do mesmo substrato social e nem tivesse a coragem dele. Hoje sabemos que não havia lado virtuoso na dualidade comunismo-capitalismo, mas fica evidente que apesar dos problemas do capitalismo, Paris é mais atraente do que Havana e a medicina da França é tão boa ou melhor do que a cubana e igualmente gratuita. Che pode ter errado ao avançar contra o dragão munido de canivete, mas jamais poderá ser esquecido seu desapego aos bens materiais. Foi um idealista extremado e sua imagem ficará eternizada como a de um bravo.

Sidney Borges

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