Reflexões atlânticas

O político e o ego I

Um certo político, chamado ficticiamente Diégo Maior, decidiu ir ao psiquiatra para ser psicanalisado, esperando que este pudesse amenizar um sentimento de culpa originado por seus atos de traição aos seus eleitores.
Chegando ao seu consultório o doutor o fez sentar em um divã para ver o que o nobre representante popular poderia descobrir sobre si mesmo. O que iremos ver a seguir é o que foi possível extrair de seu subconsciente:
Quando Diego nasceu seu pai gritou: Esse menino vai longe! Ninguém poderá segurar esse moleque! Vai ser um grande homem, um Super homem!
Portanto é natural que ele pratique superfaturamento, ou seja, grandes orçamentos para pequenas obras.
No seu aniversário de um ano, todos os presentes de Diego foram trancados num baú, logo é muito compreensível que prive as crianças de serviços básicos de saúde, de uma educação de qualidade, de uma merenda equilibrada com produtos naturais e de acesso à cultura e diversão.
Quando tinha dois anos viu seu pai cortejando sua funcionária, também não é difícil de entender a razão pela qual concede aumento de salário antes da eleição para cooptar votos mesmo que contrarie as Leis vigentes no país.
Quando tinha três anos presenciou sua mãe comprar pelo crediário um sapato, é natural que Diego seja cleptomaníaco, admita os dólares na cueca e nas caixas de uísque.
Quando tinha quatro anos assistiu o time do Brasil perder a Copa, com certeza nada mais justo do que vencer uma eleição comprando votos com o dinheiro do Valérioduto, aliciando pastores e lideres religiosos para induzir o seu rebanho, e caluniando e difamando seus oponentes, pois não tinha nada a oferecer, nem equipe e nem projeto de governo.
Aos cinco anos de idade comeu um prato de arroz e feijão com um leve gosto de queimado, nada mais justo que mesmo cometendo erros graves, persista no erro, sentindo uma enorme raiva e irritação com quem discorde ou tenha outro ponto de vista, mesmo que este seja seu melhor amigo, correligionário ou faça parte de sua equipe.
Ao completar seis anos entrou na escola pública, isto justifica plenamente a busca do poder pelo poder, empregar pessoas que trabalharam por quase dois longos meses em sua campanha e receberão apenas 48 gordos salários pagos pelo povo, e contratar sem concurso público adversários políticos apenas para tentar neutralizar uma possível oposição.
No curso primário nunca esteve entre os melhores alunos, e agora é justo tentar superar teu antecessor aumentando o percentual de propina na empresa coletora de lixo, aumentando a passagem de ônibus de forma abusiva, vendendo patrimônio como sucata, ameaçando comerciantes que não comungam com seu desmando e postura levando a população dizer: “depois de Diego seu antecessor passou a ser caso de Pequenas Causas”.
Após essa seção Diego, tão feliz por ter aprendido essas lições, sentiu-se muito confortável e concluiu:
Tudo que eu faço é culpa de alguém, e tenho vontade de gritar: Viva Sigmund Freud!*
*Lançou as sementes do determinismo, que significa que para cada efeito ou evento, físico ou mental, há uma causa, tendo dado imensa contribuição à psiquiatria, mais que a sociedade de forma equivocada tem utilizado para dar desculpas para os maus comportamentos, evitando assim assumir a responsabilidade adequada pelos seus atos.


Eng. Pedro Tuzino
Assessor da Sec. De Energia, Rec. Hídricos e Saneamento de SP, Eng. Civil, Seg. de trabalho e Sanitarista. Empresário e Consultor.

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