Análise

A política imita o futebol

Carlos Alberto Furtado de Melo
O final da Copa do Mundo traz consigo os ventos das evidências: não somos mais o país do futebol; apenas exportamos talentos que rapidamente se descolam de suas vidas passadas e de sua nacionalidade, como se fosse outra encarnação. O retorno para casa, a volta das derrotas, sempre tão doloroso no passado, agora nem acontece mais. Os jogadores se espalham pelo mundo que agora lhes pertence; são globalizados. No aeroporto, poucos se dispõem a dar a cara, sem sentirem exatamente a obrigação de justificar ou se desculpar por nada. Empáfia, soberba, nouveau-richisme, na imagem de um país e de um treinador desolados, sem criatividade, sem autoridade.
Neste momento, o futebol e a política compartilham do mesmo banzo. É dura a realidade de que o ano não acabou e que ainda teremos uma eleição pela frente: os mesmos discursos, as mesmas estratégias, “esquemas” que não funcionam, celebridades que não chamam a responsabilidade do jogo para si. Parreira e Zagalo, os correspondentes futebolísticos de Lula e Alencar; Alckmin e José Jorge. Assim como mensaleiros, sanguessugas e boleiros se equivalem no embaralhar de imagens que se sucedem. A política imita o futebol. A copa-carnaval acabou e, além de saudades e cinzas, o que restou foi um campeonato sem muita emoção, times sem muitos craques e candidatos sem muita graça e o que dizer. (Fonte: Noblat)
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