Editorial

Um buraco para esconder a cabeça...

Sob a retranca “Guerra Civil” colocamos um rápido resumo da situação caótica da segurança pública. Ou seria mais apropriado dizer insegurança? O candidato José Serra abordou o cerne da questão. Drogas e armas. Sem vender drogas o crime não consegue recursos para adquirir armas, que embora proibidas são comercializadas livremente. Qualquer tipo de arma. Ainda veremos o PCC atacar com “Migs” usados. Serra falou bem, mas não vamos nos iludir. O governo Lula teve pouco êxito no combate ao contrabando. Nada diferente do que aconteceu no tempo de FHC. As drogas entram na quantidade que o mercado exige. Nesse quesito pesa a mentalidade hipócrita da classe média, que se diz contra a violência enquanto consome drogas ilícitas, alimentando a indústria do crime. Lembro-me de uma charge publicada no auge da fama de Fernandinho Beira-Mar. Mostrava empresários de comunicação comemorando a conquista de uma campanha antidrogas. Sobre a mesa de reuniões, esticadas com apuro geométrico, fileiras paralelas da mais pura cocaína. Enquanto isso a situação social continua se assemelhando a uma caldeira. O manômetro indica que a pressão está quase no limite da resistência das paredes de metal. Apesar da propaganda dizer que tudo vai bem, a realidade não é bem essa. Vai bem para gênios, como o filho de Lula, que em menos de quatro anos passou de desempregado a um dos maiores empresários do país. Nem todos têm essa possibilidade, fruto de herança genética privilegiada, marco da distinção entre escolhidos e simples mortais. Falar que é preciso fazer isso ou aquilo, no país da impunidade e do mensalão, é chover no molhado. O Brasil vai mal e tende a piorar. Quem sobreviver às balas perdidas verá.

Sidney Borges

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