Editorial

Reuniões e reuniões...

Em Ubatuba acontecem muitas reuniões, a maioria sem conseqüências. A prática é fruto de uma sociedade sem compromisso com produtividade. Tirando os comerciantes, que sabem que o bolso arde e às vezes dói, a imensa maioria é constituída por funcionários públicos, que merecem respeito, mas que não perdem o sono com a origem do dinheiro que os paga. Nos anos da década de oitenta, quando trabalhei em emissoras de televisão, aprendi que reuniões longas serviam para encher lingüiça, eram desnecessárias e caras. Éramos um time afinado, cada um sabia o seu papel, tínhamos sido contratados no mercado e não por pertencer a uma organização religiosa ou política. Quando havia um grande evento cada chefe de setor era incumbido de uma tarefa, não me recordo de ter passado mais de uma hora com meus superiores e nunca perdi mais de uma hora com meus subordinados. Sobre responsabilidade e competência não é preciso dizer que o produto final era julgado por milhões de telespectadores. Também é desnecessário lembrar que qualquer pisada na bola era rua e um abraço. É por isso mesmo que jamais vou entender tantas reuniões, a maioria sem que os presentes tomem notas. Imagino que não conseguirão saber depois do que trataram. E não há porque saber. Não há um depois, não existe cobrança, não existe compromisso, assim como a morte é certa, a vida é fácil para os que puxam os sacos certos. E tudo vai devagar, devagar, quase parando. Isso precisa mudar...

Sidney Borges

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