Okamotto

Okamotto terá de fazer acareação com acusador

A CPI dos Bingos aprovou ontem a realização de uma acareação entre Paulo Okamotto, presidente do Sebrae e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Paulo de Tarso Venceslau, ex-militante do PT que acusou Okamotto de comandar um esquema de caixa dois no PT desde 1993.
Antes da aprovação, a CPI rejeitou, por oito votos a seis, a convocação de Okamotto para um depoimento isolado. Mas, em seguida, na votação da acareação, o senador Augusto Botelho (PDT-RR) mudou seu voto, garantindo o empate em sete a sete. Coube então ao presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), dar o voto de minerva. Botelho, que aparentemente tinha um acordo com os governistas, foi repreendido publicamente pelo senador Tião Viana (PT-AC).
— Mas você não estava conosco? — perguntou Tião.
Na mesma sessão, a CPI aprovou requerimento de autoria do líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), de convocação de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. A aprovação da convocação de Delúbio contou também com o voto de Eduardo Suplicy, mas o placar foi mais folgado: 8 a 5.


Delúbio vai depor na CPI dos Bingos

A justificativa de Virgílio foi o suposto envolvimento de Delúbio no episódio dos dólares que teriam sido enviados de Cuba para campanha de Lula em 2002. O depoimento ainda não foi marcado.
Okamotto virou alvo da oposição na CPI dos Bingos desde que assumiu ter pago uma dívida de R$ 29.400 do presidente Lula com o PT, mesmo sem o conhecimento do presidente. Para a oposição, o empréstimo foi pago com recursos do caixa dois do PT.
Okamotto, recentemente, conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) uma liminar impedindo que a CPI dos Bingos tivesse acesso aos dados das quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. A liminar foi concedida por Nelson Jobim, então presidente do STF.
Em depoimento na CPI dos Bingos, no final de novembro, Okamotto não convenceu os senadores ao dizer que saldou o débito de Lula com o PT sozinho e com recursos próprios.
Okamotto disse que a dívida foi lançada na contabilidade do PT como empréstimo por um erro contábil. Segundo ele, tratava-se de adiantamentos feitos pelo partido a Lula desde 1997, a maioria para cobrir despesas com passagens e diárias de viagens ao exterior, quando Lula era pré-candidato à Presidência.
O presidente do Sebrae disse que nunca revelou a Lula que quitou sua dívida para não constrangê-lo. Mas reconheceu que pelo menos uma parcela foi paga por um contínuo do PT com uma cópia da identidade de Lula, apresentada na boca do caixa de um banco. A revelação foi considerada grave pelos senadores.
Fonte: Alan Gripp - O Globo

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