Política

Líderes populares

Mariano Grondona no La Nacion
Cedo ou tarde as pessoas se cansam: esta lei reina sobre todos os governos e sobre todos os regimes políticos, em todos as épocas e em todas as latitudes. Borges sugeriu em seu poema "La noche cíclica”: "Souberam-no os árduos alunos de Pitágoras: os astros e os homens movem-se ciclicamente". A Política, como a vida, gira em ciclos. Na parte ascendente do ciclo, as pessoas se “encantam” com o recém-chegado. Este é o período glorioso dos líderes. Mas quando chega o fim, inevitavelmente, vem a hora do "desencanto" do povo com os governantes. Seu ciclo de atração e de poder se curva, então, em direção ao anoitecer, enquanto aparece, por detrás do horizonte, o novo líder chamado para percorrer, por sua vez, a mesma trajetória.

A partir deste destino comum a todos, a carreira política dos governantes se divide em duas direções opostas, onde se resignam sabiamente à curvatura inexorável de suas biografias ou rebelam-se contra ela pretendendo prolongar com desatino sua vigência. É que os homens não são somente "física", mas "politicamente” mortais. A pretensão da imortalidade política é um reflexo daquilo que os gregos chamavam de hybris, ou "excesso", que segundo eles foi o pecado original dos homens que aspiravam ser "super-homens"; uma falta que cometeram desde o início dos tempos, de acordo com a Bíblia, Adão e Eva ao caírem sob o engano da serpente que disse: "Se vocês comerem o fruto proibido, você serão como deuses". Este é também o argumento comum das tragédias gregas, em cujo desfecho os heróis, por terem acreditado que eram deuses, recebem o castigo por sua arrogância. (Do Ex-Blog do Cesar Maia)

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