Papo do Editor

Futebol e Boxe

Sidney Borges
Acabei de ler na internet um artigo assinado por um engenheiro chamado Carlos Alberto Borges. Na hora me veio à cabeça o atacante do Palmeiras e da Seleção Brasileira da década de 1980. Aconteceu com ele um fato inusitado, caiu-lhe um ráio na cabeça em pleno Parque Antartica.

O fenômeno inverteu a polaridade do craque. Em um jogo logo após o acontecimento ele desembestou a driblar adversários e companheiros atravessando o campo em direção ao próprio gol. Por pouco não marcou contra. Depois da eletrização o futebol insinuante do parente distante do editor deste blog, que também pertence ao tronco dos Borges, minguou. Emprestado ao Santos, retornou aos domínios palestrinos em 1987, mas nunca mais foi o mesmo.

Quem está fora dos padrões é o volumoso Ronaldo Fenômeno. Ontem não fez nada, embora o jogo estivesse mais para pólo aquático. A chuva estragou o espetáculo e o comentarista do canal SporTV torrou meus pacovás comparando o "time pesado" do Corinthians com a "leveza" do Flamengo. Como falam bobagens esse conhecedores. O Corinthians é muito mais time do que o Flamengo, o jogo de ontem foi uma exceção, na semana que vem, se não chover, o Timão passa pra outra fase. Se chover vira loteria. Comentário de alguém que é neutro. Meu time, o tricolor, foi bem no Peru. Espero que na semana que vem vá bem no Morumbi.

Mudando de futebol para boxe. No dia 1º de maio, sábado, Floyd Mayweather e. Shane Mosley estarão frente a frente em mais uma das propaladas "luta do século". Maywhwather já foi cogitado para enfrentar Popó, mas a luta acabou não acontecendo. É um pugilista rápido e contragolpeador, não gosta do combate franco, portanto não faz o gênero da maioria dos amantes da nobre arte.

Maywhwather tem dopping natural, nasceu com uma configuração muscular que o dotou de velocidade acima da usual. Há pugilistas rápidos, ele é um pouco mais rápido. E golpeia com precisão quando atacado. A luta mais importante de sua carreira foi contra Oscar De La Hoya, vencida em decisão dividida. Confesso que não gostei da luta e menos ainda da performance debochada de Maywheather. Ele pode continuar vencendo e até acabar a carreira invicto, mas jamais empolgará como Carlos Monzon, Muhammad Ali, Eder Jofre, Thomas Hearns e Manny Pacquiao.

Sobre Shane Mosley paira a dúvida. Se não conseguiu derrubar De La Hoya, conseguirá acertar o rapidíssimo Maywheather? Analistas americanos em maioria esmagadora apostam na vitória por decisão de Maywheather. Eu não arrisco um palpite, mas penso que quando há fumaça geralmente o fogo existe.

Mosley ataca bastante, mas em suas lutas irrita a quantidade de golpes que faz a torcida pensar: "se acertasse acabava a luta". Fica no ar o "se". Boxe é eficiência.

Monzon era implacável, quando percebia que o adversário estava em dificuldades combinava jab de esquerda, direto de direita e gancho de esquerda e quando o atônito adversário procurava se desvencilhar dos jabs vinha o gancho no baço com a direita e o cruzado em cima com a esquerda. Enquanto o adversário não fosse à lona ele não parava de bater. mas isso só acontecia depois do quarto round, nos primeiros ele media a distância e soltava poucos golpes fortes. Veja no YouTube a luta contra Tony Licata. (aqui)

O cubano Jose "Mantequilla" Nápoles foi campeão absoluto dos meio-médios. Sem adversários na categoria desafiou Monzon pelo título dos médios. A luta aconteceu em Paris, em 1974 e foi transmitida pela Tupi, com narração de Walter Abrahão e comentários de Gerdy Gomes, um cara engraçado que chamava o Parque São Jorge de Parque Jorge por conta de um boato que dizia que São Jorge não era santo.

Nápoles era habilidoso, praticava um boxe eficiente e envolveu Monzon nos primeiros assaltos, mas a partir do quinto só apanhou e preferiu não voltar para o sétimo. Durante alguns anos não houve pugilistas de grande destaque, mas de repente surgiu uma constelação de craques encabeçada pelo performático Thomas Hearns. Os nomes da época são: Roberto "Mano de Diedra" Duran, Sugar Ray Leonard e Marvin "Marvelous" Hagler, os melhores pesos médios que vi lutar, obviamente situados em um plano inferior ao de Monzon, o maior de todos os tempos.

Hoje os grandes lutadores são meio-médios, os pesados que tanto empolgavam o público não têm mais carisma. Depois da geração de Myke Tyson e seus coadjuvantes surgiram os gigantes da ex-União Soviética que dominaram a categoria e afastararam o foco dos refletores. Os irmãos Klitschko são previsíveis, burocráticos, aborrecem.
Enfim, se você gosta de boxe, fique atento no sábado, a luta não vai ser transmitida no Brasil, um absurdo, mas no dia seguinte acompanhe neste site: http://boxeohoy.blogspot.com/ . Eles costumam exibir coisas que outros sítios de boxe não fazem.

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