Pensata

Intermediários

Sidney Borges
Eu não imagino como será a eleição de 2012 face ao panorama econômico atual. Com a crise instalada faltará pão e em casa onde falta pão todos brigam e ninguém tem razão. A coisa poderá ficar difícil para o Lulão que dizem por aí vai apostar as fichas em Dilma. Eu sinceramente não acredito, se existe um sinônimo para esperteza seu nome é Luiz Inácio. Com a derrocada do capitalismo, tudo é possível, mas eu não consigo entender o porquê de tanto alarido. As cidades continuam existindo, os prédios estão aí, as estradas estão aí, os carros, os aviões, as fábricas, enfim a infra-estrutura está intacta. A crise existe apenas no plano financeiro, não vai ser preciso reconstruír, não houve guerra, não houve devastação. Passado o período Bush-texano, onde a ordem era garantir o petróleo a qualquer preço, as coisas tendem a se arrumar. Um dos melhores binômios saúde-educação do mundo está na França. Binômio gratuito e eficiente para o povo, embora seja caro para o governo. Coisa de país rico. Esse é um ponto nevrálgico das crises, o primeiro a ser afetado. Sem dinheiro cortam-se salários de professores e os serviços de saúde ficam em segundo plano. Domingo um cineasta cubano disse na Folha que a situação da educação da Ilha está uma calamidade. A saúde, segundo ele, desmoronou. Os médicos preferem fugir a continuar ganhando merreca. Vão trabalhar na Venezuela ou na Bolívia, onde há dinheiro circulando. Em tempo, antes que me chamem de neoliberal, o cineasta em questão é simpático ao socialismo e carrega um retrato de Fidel na carteira. Mas voltando a falar do presente, me ocorre um flashback. "Chega de intermediários, Lincoln Gordon para presidente". O candidato proposto era embaixador dos Estados Unidos, vivíamos tempos de acordos do gênero MEC-USAID, que iria interferir na autonomia da Universidade. Pouco antes tivemos a Aliança para o Progresso de John Kennedy. A influência dos americanos era real. O Brasil estava em suas "águas territoriais" e isso provocava os estudantes. As paredes amanheciam pichadas. Por que não dar a presidência a quem de direito, o dono das cartas da mesa? Não estou endossando as atitudes da UNE, nunca endossei, hoje ela é mero apêndice do governo, naquela época era um templo do esquerdismo, sem jamais permitir que seus dogmas fossem denunciados. Posto isto e sabendo do poder de Daniel Dantas, que me parece um empreendedor inteligente que sabe ocupar espaços vazios, eu proponho um novo tema para pichações. Chega de intermediários, Daniel Dantas para presidente. Agora só falta ele se filiar ao PMDB. Ao PT nunca, pois Lula quer voltar em 2014. Não acredito que vá apoiar um candidato do PT. Essa hipótese quimérica não passa de sonho de noite de primavera pós-chuva. Sem Luiz Inácio não há PT. O partido não tem quadros capazes de motivar as massas. Anote aí: Chega de intermediários, Daniel Dantas para presidente. Ele é o cara!

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