Coluna da Quarta-feira

Furto

Cinthia Sampaio Cristo
Olá a todos... Fui furtada esta noite (terça-feira), estava estudando na casa de uma amiga e ao sair encontrei o vidro do carro quebrado e o painel destruído para tirar o aparelho de som (incompleto, pois a “frente” do mesmo havia sido levada em outra oportunidade há seis meses).
Voltando para Diadema (estava na Pompéia) comecei a fazer um inventário de coisas que estavam no armário, digo, carro e ao chegar em casa fui fazer a conferência do “prejuízo”:
· Foram: vidro do passageiro, aparelho de som (parte de trás), amplificadores (acho que era isso que ficava embaixo do banco), estepe (esse eu não esperava), blusa rosa (?) e um maço de cigarros pela metade (esse eu deveria agradecer);
· Ficaram: No caminho de Swanm de Marcel Proust, A cidadela de A. J. Cronin e La Bodega de Noah Gordon. Blusa preta (?!), raquete de tênis e pasta com documentos.
Conclui que podia ter sido pior... A coluna desta semana teria outro conteúdo, mas a situação me desanimou e então me lembrei de Pasárgada... Segue Manuel Bandeira. Até semana que vem!


Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Comentários

Anônimo disse…
Boa escolha, porque se vier prá Ubatuba a história continuará a mesma.

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