Opinião

Executivos mostram o rumo

Editorial do Estadão
Reunidos em Istambul, 47 executivos dos maiores grupos industriais com sede em 18 países da Europa cobraram dos governos maior ousadia e mais urgência na execução de políticas de combate à crise. As condições econômicas pioram rapidamente, segundo eles, e é preciso ir além das medidas propostas pelos chefes de governo do Grupo dos 20 (G-20) no último fim de semana, em Washington. Eles aprovaram essas propostas, mas apresentaram uma agenda mais detalhada e mais precisa para o combate à recessão, que já atinge várias grandes economias, e ao "crescente risco de deflação".

A pauta apresentada pelos 47 executivos exclui explicitamente políticas destinadas a subsidiar setores ou companhias em dificuldades. É um contraponto importante à discussão sobre a ajuda à indústria automobilística nos Estados Unidos e na Alemanha. O governo americano tem rejeitado os apelos para socorrer a General Motors e quaisquer outras grandes fabricantes de automóveis. Mas o debate continua aberto e, se nenhuma ajuda for decidida até o fim do ano, uma enorme pressão será exercida sobre o próximo presidente.

No Brasil, grande parte das ações anticrise continua voltada para a solução de problemas setoriais - da indústria automobilística, da construção civil e agora, segundo se anuncia, de fornecedores de equipamentos para usinas de açúcar e álcool. Pode haver bons argumentos a favor de cada uma dessas ações. Todos esses setores são importantes por mais de uma razão, mas outras áreas da economia também são relevantes e uma política de pronto-socorro pode custar muito e produzir muito menos resultados do que seria possível com o mesmo dinheiro.

Foco nas iniciativas é um dos pontos valorizados pelos 47 executivos. O maior desafio presente, segundo eles, é a oferta de crédito, e por isso os bancos centrais devem cortar os juros - onde ainda houver espaço para isso, é claro - rapidamente e com grandes avanços de cada vez. Também é preciso ampliar os estímulos fiscais, especialmente na maior economia da Europa, a Alemanha. O Pacto de Crescimento e Estabilidade da União Européia, lembram os autores da proposta, permite a ampliação dos déficits orçamentários em tempos de crise.
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Comentários

Anônimo disse…
Depois que as crises acontecem,aparece um monte de gente para mostrar os rumos.
Por que ninguem aparece antes das crises acontecerem?

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