Imprensa insana

Obama e Osama, os eleitos

Guilherme Fiuza
O mundo escolhe seus símbolos. O maior deles hoje é Barack Obama, o anjo negro, o redentor da esperança. Com a outra mão, o mundo abençoa a autoridade máxima do terrorismo.
Circulou por todo o planeta o recado do “número dois” da Al Qaeda, esculhambando Obama como um negro de segunda classe.
O recado de um líder ou sublíder de uma organização clandestina, amorfa, escondida entre os mundos mítico e virtual, não é um recado. Não é uma mensagem. Não é um discurso. Não é nada. Só passa a ser, quando o mundo civilizado lhe serve de porta-voz.
A Al Qaeda não é o ETA, não é o IRA, não fala com ninguém, não negocia com ninguém, não existe institucionalmente, nem politicamente. É só um jato de terror disforme, que ninguém jamais descreveu ou identificou com um mínimo de exatidão. É “a organização de Osama Bin Laden”, como se isso quisesse dizer alguma coisa.
O mundo civilizado é o assessor de imprensa da Al Qaeda. Ele justifica e unifica um varejão de almas penadas dispostas a amarrar uma bomba na cintura. Os jornais e TVs do ocidente dão organização e identidade a essa geléia do horror.
O “número dois” cospe um insulto qualquer na internet, e a mídia civilizada transforma em manchete. “Os cachorros do Afeganistão acharam deliciosa a carne dos soldados americanos”. Os facínoras devem estar morrendo de rir nas suas cavernas.
E por que “número dois”? Se conferimos a esse sujeito tamanha autoridade, talvez fosse mais apropriado começar a chamá-lo de vice-presidente do conselho, ou chanceler, ou quem sabe “príncipe da Al Qaeda”.
Mas não é justo deixá-lo falando sozinho. É urgente vasculhar na internet as opiniões do “número dois” de Fernandinho Beira-Mar. Com um pouco de sorte, também se localiza por aí o número dois do Maníaco do Parque.
Aliás, os jornalistas econômicos estão perdendo tempo com as enrolações do G-20. Esses sites piratas da Al Qaeda são muito mais afirmativos. Vai ver, a saída para a crise do capitalismo já está lá.

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