Opinião
Chávez, o democrata
Editorial do Estadão
A pouco mais de 10 dias das eleições regionais, o caudilho Hugo Chávez dá novas mostras de que pretende colocar nos 22 cargos de governadores e 338 de prefeitos em disputa os candidatos de seu Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV), custe o que custar. As pesquisas de opinião mostram que a oposição pode vencer em 8 Estados, e isso é inadmissível para Chávez. Ele precisa controlar todos os Estados para poder retomar o seu projeto de dotar a Venezuela de uma constituição socialista, tornando-se, por lei, ditador vitalício.
Para atingir esse objetivo, utiliza todos os meios à sua disposição, não economizando dinheiro, quando é possível comprar consciências e votos, e muito menos ameaças e a força física de seus prepostos, quando é o caso. Esse processo de fraude eleitoral começou há meses, quando a Controladoria-Geral, sob seu controle, declarou a inelegibilidade de mais de 280 candidatos da oposição que tinham boa aceitação ante o eleitorado.
Desde que se iniciou a campanha eleitoral, Hugo Chávez usa o seu programa semanal de rádio e televisão para ameaçar abertamente os candidatos da oposição e os eleitores independentes. Esta semana, um alto dirigente do PSUV anunciou que as "patrulhas" e os "batalhões" bolivarianos - milícias a serviço de Hugo Chávez - começarão a visitar os eleitores, "casa por casa", para entregar-lhes santinhos com os nomes dos candidatos do partido. Não é necessário dizer que esta será uma operação de intimidação dos eleitores. Mussolini usava método parecido, convencendo os recalcitrantes a golpes de porrete e goles de óleo de rícino.
Mas Chávez também usa métodos mais suaves para obter os resultados eleitorais que deseja. Nos seus programas eleitorais, ele tem feito a propaganda de seus candidatos preferidos, embora isso seja proibido por lei. E, no dia 26 passado, o Conselho Nacional Eleitoral - que ele controla, como a todas as instituições venezuelanas - realizou uma votação simulada em todo o país, a pretexto de verificar o funcionamento das máquinas eletrônicas e de ensinar os eleitores a utilizá-las. Ao PSVU foram distribuídas, com grande antecipação e em quantidades generosas, as cédulas que seriam usadas nos testes. Os partidos de oposição receberam pequenas quantidades de cédulas na véspera da votação simulada.
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Editorial do Estadão
A pouco mais de 10 dias das eleições regionais, o caudilho Hugo Chávez dá novas mostras de que pretende colocar nos 22 cargos de governadores e 338 de prefeitos em disputa os candidatos de seu Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV), custe o que custar. As pesquisas de opinião mostram que a oposição pode vencer em 8 Estados, e isso é inadmissível para Chávez. Ele precisa controlar todos os Estados para poder retomar o seu projeto de dotar a Venezuela de uma constituição socialista, tornando-se, por lei, ditador vitalício.
Para atingir esse objetivo, utiliza todos os meios à sua disposição, não economizando dinheiro, quando é possível comprar consciências e votos, e muito menos ameaças e a força física de seus prepostos, quando é o caso. Esse processo de fraude eleitoral começou há meses, quando a Controladoria-Geral, sob seu controle, declarou a inelegibilidade de mais de 280 candidatos da oposição que tinham boa aceitação ante o eleitorado.
Desde que se iniciou a campanha eleitoral, Hugo Chávez usa o seu programa semanal de rádio e televisão para ameaçar abertamente os candidatos da oposição e os eleitores independentes. Esta semana, um alto dirigente do PSUV anunciou que as "patrulhas" e os "batalhões" bolivarianos - milícias a serviço de Hugo Chávez - começarão a visitar os eleitores, "casa por casa", para entregar-lhes santinhos com os nomes dos candidatos do partido. Não é necessário dizer que esta será uma operação de intimidação dos eleitores. Mussolini usava método parecido, convencendo os recalcitrantes a golpes de porrete e goles de óleo de rícino.
Mas Chávez também usa métodos mais suaves para obter os resultados eleitorais que deseja. Nos seus programas eleitorais, ele tem feito a propaganda de seus candidatos preferidos, embora isso seja proibido por lei. E, no dia 26 passado, o Conselho Nacional Eleitoral - que ele controla, como a todas as instituições venezuelanas - realizou uma votação simulada em todo o país, a pretexto de verificar o funcionamento das máquinas eletrônicas e de ensinar os eleitores a utilizá-las. Ao PSVU foram distribuídas, com grande antecipação e em quantidades generosas, as cédulas que seriam usadas nos testes. Os partidos de oposição receberam pequenas quantidades de cédulas na véspera da votação simulada.
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