Angra 3. Sim ou Não?

Dúvidas radioativas

Audiências públicas do licenciamento ambiental da usina nuclear de Angra 3 não respondem sobre eficiência de plano de fuga da população e alocação de rejeitos radioativos

O Eco - Felipe Lobo
O processo de licenciamento ambiental da usina nuclear de Angra 3 teve novos capítulos nos dois últimos dias. Na terça-feira, os habitantes do municípiode Angra dos Reis (RJ) puderam conhecer o projeto com maiores detalhes efazer perguntas aos órgãos fiscalizadores, empreendedor e empresa responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo relatório (EIA-Rima). Depois, na quarta, foi a vez de Paraty sediar a audiência pública e questionar os pontos positivos e negativos da obra. Nas duas reuniões, muitas camisetas em favor dos investimentos da Eletronuclear em contraponto à oposição ativa do Greenpeace e da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (SAPÊ). Marcado para as 18 horas do dia 25, o encontro no Iate Clube de Aquidabã, em Angra dos Reis, começou com uma hora de atraso. Enquanto a população local chegava, já era possível notar o clima daquela noite: faixas com os dizeres “Sim para Angra 3”, levadas por diferentes comunidades, eram estendidas nas laterais do auditório. Curiosamente, todas pareciam confeccionadas no mesmo local. Não foi difícil encontrar pessoas favoráveis ao empreendimento. “Ninguém segura o progresso, é irreversível, independente das audiências públicas”, disse Bermeval de Oliveira, presidente da Associação de Moradores de Cantagalo. Questionado sobre os riscos de um acidente nuclear, ele usou um argumento bastante ouvido nas duas noites. “Eu saio da minha casa e já estou correndo perigo. Quando eu dirijo, posso bater o carro a qualquer momento”, afirmou. Aliás, sua postura ganhou eco inclusive no prefeito da cidade, Fernando Jordão (PMDB). “Até dentro da minha própria casa eu corro risco”, disse,para depois completar, “todos os impactos ambientais já foram feitos com as construções de Angra 1 e 2. Na época, ninguém perguntou se queríamos ou não as usinas. Agora, está na hora de conseguir o apoio da Eletronuclear para a saúde, educação e infra-estrutura da cidade”. Outro morador da região, Claudio Nunes da Silva apresentou argumento um pouco mais sóbrio a respeitode sua postura favorável ao empreendimento. Para ele, que já trabalha em Angra 2 e é prestador de serviços da Eletronuclear, o controle de acidentes dentro da usina é rígido e os funcionários bem treinados.
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