Mau hálito

Dirceu acusa PT gaúcho de construir sede com caixa 2

Em entrevista, ele ataca Raul Pont e Olívio Dutra e defende Delúbio

Clarissa Oliveira
O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu afirmou em entrevista à revista Piauí deste mês que recursos de caixa 2 financiaram a construção da sede do PT em Porto Alegre, um dos principais redutos da sigla. A revelação foi feita em meio a uma bateria de ataques aos também petistas Raul Pont, ex-prefeito de Porto Alegre, e Olívio Dutra, presidente do partido no Estado.

"Ele fica falando que o partido não precisa de coligação... Tenha paciência", disse Dirceu sobre Pont, segundo a revista. "O que fizemos por esse pessoal não é brincadeira. E eles não ajudam em nada, só nos dão pau." Dirceu disse que a sede de Porto Alegre "foi feita só com dinheiro de caixa 2". "Era com mala de dinheiro."
Dirceu lembrou que seu grupo no PT se manteve ao lado de Olívio, quando a denúncia atingiu seu governo. "A gente estava com eles, não os abandonamos em nenhum minuto." Hoje no PSOL, a ex-petista Heloísa Helena também foi alvo. "Ela votou contra a cassação do Luiz Estevão. Votou mesmo, e por motivos impublicáveis. Mas nunca a deixamos sozinha."
O ex-deputado afirmou que "esse pessoal" procurava o então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, peça-chave do esquema do mensalão, para pedir dinheiro. "Chegava para Delúbio e falava: "Delúbio, preciso de 1 milhão." Como é que alguém vai arrumar esse dinheiro assim, de uma hora para outra?", argumentou. Quando não recebiam, prosseguiu o ex-ministro, diziam que a direção era autoritária e privilegiava sua própria corrente. "O pobre do Delúbio tinha de ir aos empresários conseguir doações. Aí, estoura o mensalão e esse pessoal vem dizer que o Delúbio era o homem da mala. O que não dizem é que a mala era para eles."
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Nota do Editor - Segundo afirmou o ex-ministro, Heloísa Helena votou contra o partido e recebeu apoio. O PT gaucho usou caixa 2 e também recebeu apoio. E malas de grana viva. Conclusão, o conceito de certo e errado é relativo. Quando o erro é dos adversários deve ser apontado aos sete ventos, quando o PT erra devemos calar, o erro petista faz parte do embate político. É inevitável e quando o deslize é pessoal o partido acoberta. Máfia, isso é coisa da máfia. Dirceu agora passa a ser Dom Dirceu, "Il capo di tutti i capi". (Sidney Borges)

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