Pensata

2010 já está na rua

por Lucia Hippolito
Reza uma lei da política que uma sucessão presidencial se inicia tão logo são proclamados os resultados da anterior.
Como a eleição de 2006 começou a ser decidida muito cedo, as de 2010 já estão na rua, e trazem novidades.
Antes do primeiro turno, dava-se como certo que o PT não teria um candidato forte para suceder Lula. Houve mesmo um “canto de sereia” do presidente em relação a Aécio Neves e, quem sabe, a Ciro Gomes. Lula poderia apoiar um ou outro.
Só esqueceram de combinar com o PT. Depois de oito anos de ocupação do aparelho de Estado, é difícil imaginar que o partido vá entregar o ouro ao adversário. Ou a um aliado incômodo como Ciro Gomes. Nem pensar.
Ainda não se sabe quem sai vitorioso no PT, mas certamente já se sabe que o PT paulista teve uma derrota acachapante no primeiro turno.
Mercadante, mais do que uma derrota eleitoral, sofreu uma terrível derrota política: teve pouco mais da metade dos votos que conquistou ta para o Senado em 2002, mesmo depois de quatro anos de exposição diária na mídia como líder do governo no Senado.
Com um auxiliar envolvido até a alma no escândalo do dossiê, Mercadante sai da eleição menor do que entrou.
Já as principais lideranças do PT paulista atolaram-se no mensalão e estão indiciadas por formação de quadrilha, violação de sigilo funcional e agora no escândalo do dossiê.
A derrota do PT paulista abriu caminho para que o PT não paulista se aproximasse mais do presidente Lula – e do poder, evidentemente.
Agora é a vez de Jorge Viana, Fernando Pimentel, Luís Dulci, Marcelo Deda, Dilma Roussef e Tarso Genro.
Mas a principal estrela da constelação petista é, sem dúvida, o novo governador da Bahia, Jaques Wagner. Ele conquistou a jóia da coroa da Pefelândia com uma vitória espetacular no primeiro turno, aplicando no senador Antônio Carlos Magalhães uma surra de criar bicho.
Com esta vitória, Jaques Wagner surge como o candidato natural à sucessão de Lula. Manteve-se distante dos escândalos que atingiram o PT, como mensalão, quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo e compra do dossiê contra os tucanos.
Por isso mesmo, é bom acompanhar sua performance à frente do governo baiano. Marcelo Déda e Fernando Pimentel também estão no páreo, porém a disputa principal poderá ser mesmo entre Jaques Wagner e Tarso Genro. Mas o novo governador da Bahia não está de brincadeira.
Na oposição, evidentemente Aécio Neves e José Serra já se apresentaram para a disputa dentro do PSDB, como governadores dos dois maiores estados do país.
O que ainda precisa ser decidido é o papel de Geraldo Alckmin nos próximos quatro anos.
Mas isto ainda depende dos próximos 15 dias. Se, ao que tudo indica, Alckmin for derrotado, mas ainda assim, sair da eleição maior do que entrou, poderá reivindicar a presidência nacional do PSDB e a liderança da oposição. Se sair menor, será engolido por Serra e Aécio.
Vamos acompanhar, porque seja no governo ou na oposição, a disputa vai ser, como se dizia antigamente, “tamanco sem couro”, isto é, pau puro. (Fonte: Noblat)

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