Eleições 2006

Reta final

Falta apenas uma semana para o grande dia. Mais uma vez vamos escolher o presidente da República, o governador do Estado e os membros do Congresso Nacional, deputados e senadores. Vai ser uma semana e tanto, cheia de adrenalina. A disputa principal tende a se tornar dramática, com a perspectiva do segundo turno cada vez mais presente. A propaganda televisiva ainda vai durar três dias, depois entrará em cena a Internet, que dia a dia que assume papel relevante na vida dos brasileiros. Eu não posso deixar de registrar o quanto esses momentos que antecedem a eleição são marcantes para as equipes envolvidas nas campanhas. Em 1989 eu estava lá, no time de Mário Covas, que era um ilustre desconhecido dos brasileiros. Sua vida política tinha raízes fincadas apenas em São Paulo. Depois de um início modesto, começamos a colher os frutos de um trabalho equilibrado e consistente, Mário começou a crescer. Cresceu até atingir oito pontos nas pesquisas, porém mantendo a curva ascendente. Collor estava lá no alto, aparentemente imbatível, depois vinham Lula e Brizola, próximos, e nós em quarto lugar, pouca coisa acima de Aureliano Chaves. Essa era a tendência ao longo do tempo. O diferencial é que nos gráficos, somente Covas crescia, os outros se mantinham estacionados em patamares. Se nada de novo tivesse acontecido, teríamos chegado lá. Quando digo lá estou me referindo ao segundo turno. Note-se que em todas as simulações feitas pelos institutos de pesquisas, o único candidato capaz de bater Collor no segundo turno era exatamente Mário Covas. O nada de novo aconteceu. Seu nome: Senor Abravanel, conhecido pelo pseudônimo artístico de Silvio Santos. Foi uma tentativa dos donos do poder de continuar no poder. Seu candidato, Aureliano Chaves, estava fora do páreo. Eles temiam o esquerdismo estatizante de Lula e desconfiavam do individualismo arrivista de Fernando Collor de Mello. O homem do sorriso acabou impugnado, mas sua breve aparição serviu para tirar o foco de Mário Covas, que estacionou nos oito pontos e terminou em quarto lugar. O restante da história todos conhecem, nem é preciso contar. (Sidney Borges)

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