Quem são os mortos?
Entidades pressionam para saber nomes dos 107 mortos
Por Ricardo Gandour, Chico de Gois e Flávio Freire, n'O Globo:
"Entidades de direitos humanos, OAB e Ministério Público cobraram ontem do governo de São Paulo a divulgação dos nomes de 107 suspeitos dos atentados mortos em confronto com a polícia. Oito dias depois do começo da guerra entre a principal facção criminosa de São Paulo e agentes de segurança do estado, porém, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que não tornará pública a lista dos mortos — até agora, só foram divulgados os nomes dos 41 policiais assassinados pelos criminosos. Lembo justificou a decisão de não dar nomes às vítimas de policiais alegando que é 'uma questão de preservação da intimidade das famílias'. Ariel de Castro, diretor de direitos humanos da OAB de São Paulo, cobrou a divulgação da lista de mortos. — O governo não está sendo transparente sobre a ação que levou às 107 mortes de suspeitos — acusou. (...) Entidades de direitos humanos têm uma explicação matemática e histórica para o silêncio da secretaria sobre as mortes. O Estado de São Paulo não quer que o número de vítimas ultrapasse a marca de 111 pessoas assassinadas de uma só vez em 1992, quando a Tropa de Choque entrou no complexo penitenciário do Carandiru. O criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira criticou o fato de os nomes dos 107 mortos não serem divulgados e disse que a sociedade tem o direito de saber quem são eles: — Não consigo entender o por quê de a lista de mortos ainda não ter sido divulgada. Não há qualquer razão lógica, jurídica ou de bom-senso, a não ser que se tenha matado pessoas inocentes. Deploro profundamente que as autoridades não divulguem nomes. As famílias têm o direito de enterrar seus mortos, a sociedade tem o direito de saber quem são os mortos — afirmou ele. Perguntado sobre a versão da polícia de que os 107 mortos teriam ligação com a facção criminosa que comandou os ataques, Mariz afirmou que é 'muito difícil' que eles façam parte de um único grupo. — Se todos foram mortos em menos de 24 horas depois dos ataques, por que não foram presos antes da tragédia? É inaceitável essa omissão da polícia."
Por Ricardo Gandour, Chico de Gois e Flávio Freire, n'O Globo:
"Entidades de direitos humanos, OAB e Ministério Público cobraram ontem do governo de São Paulo a divulgação dos nomes de 107 suspeitos dos atentados mortos em confronto com a polícia. Oito dias depois do começo da guerra entre a principal facção criminosa de São Paulo e agentes de segurança do estado, porém, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que não tornará pública a lista dos mortos — até agora, só foram divulgados os nomes dos 41 policiais assassinados pelos criminosos. Lembo justificou a decisão de não dar nomes às vítimas de policiais alegando que é 'uma questão de preservação da intimidade das famílias'. Ariel de Castro, diretor de direitos humanos da OAB de São Paulo, cobrou a divulgação da lista de mortos. — O governo não está sendo transparente sobre a ação que levou às 107 mortes de suspeitos — acusou. (...) Entidades de direitos humanos têm uma explicação matemática e histórica para o silêncio da secretaria sobre as mortes. O Estado de São Paulo não quer que o número de vítimas ultrapasse a marca de 111 pessoas assassinadas de uma só vez em 1992, quando a Tropa de Choque entrou no complexo penitenciário do Carandiru. O criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira criticou o fato de os nomes dos 107 mortos não serem divulgados e disse que a sociedade tem o direito de saber quem são eles: — Não consigo entender o por quê de a lista de mortos ainda não ter sido divulgada. Não há qualquer razão lógica, jurídica ou de bom-senso, a não ser que se tenha matado pessoas inocentes. Deploro profundamente que as autoridades não divulguem nomes. As famílias têm o direito de enterrar seus mortos, a sociedade tem o direito de saber quem são os mortos — afirmou ele. Perguntado sobre a versão da polícia de que os 107 mortos teriam ligação com a facção criminosa que comandou os ataques, Mariz afirmou que é 'muito difícil' que eles façam parte de um único grupo. — Se todos foram mortos em menos de 24 horas depois dos ataques, por que não foram presos antes da tragédia? É inaceitável essa omissão da polícia."
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