Pensata

Da natureza do crime

Os ataques do PCC contra policiais em São Paulo intimam a uma reflexão sobre o crime. Trata-se de um dos mais complexos e variegados fenômenos sociais, que tem múltiplas causas e manifesta-se em número ainda maior de ações, desde a compra de um brinquedo importado sem nota fiscal até o atentado à bomba contra uma delegacia de polícia.

Para a esquerda, numa descrição um pouco estereotipada, o crime sempre foi muito mais um acontecimento social do que o ato de volição de um indivíduo. Por trás do furto de uma banana ou mesmo de um assalto a banco, estariam estruturas sociais perversas, que, ao impedir a repartição equânime das riquezas, atuariam como motor primeiro do crime. Levando tal raciocínio ao extremo, o bandido já nem seria o responsável pelo delito, mas apenas materializaria uma série de injustiças sociais que começariam no direito de herança e terminariam numa escola pública aviltada. Subjaz aí a idéia da "tabula rasa". Ao nascer, todos os homens seriam iguais. Determinações socioambientais é que os levariam a tornar-se o que devêm.

Já para a direita, também num retrato propositadamente caricato, existe uma natureza humana nada estimável que nos torna propensos a buscar vantagem a qualquer preço. Só o que nos impede de matar uns aos outros é a mão dura da lei. Quando, por alguma razão, os freios externos deixam de atuar, sobrevém a barbárie. É o que estaria acontecendo em São Paulo.
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