Homeopatia
Grupo mundial de "cépticos" toma overdose de medicamentos homeopáticos
rcm pharma
Um grupo de 13 pessoas pretendentes ao grupo 10:23 Portugal juntou-se sábado nos jardins do Príncipe Real, em Lisboa, para tomarem em simultâneo uma overdose de medicamentos homeopáticos (produtos feitos à base de plantas). A iniciativa, marcada a nível internacional em pelo menos mais 79 cidades do mundo, foi um protesto contra o que consideram ser a falta de evidências científicas sobre a real eficiência dos medicamentos homeopáticos, conta o Diário de Notícias.
“Nenhum dos participantes sentiu diferença para além da sobredose do açúcar. O mesmo resultado pode ser verificado em todo o mundo onde a campanha 10:23 está a decorrer”, podia ler-se no site da 10:23 Portugal, avança o DN.
Sexta-feira, Pedro Homero, membro do grupo, disse à agência Lusa que os medicamentos homeopáticos são “apenas uns comprimidos de açúcar, sacarose e lactose, sem nenhum princípio activo lá dentro”.
O objectivo da iniciativa, explicou Homero, foi o de “informar as pessoas sobre o que aquilo verdadeiramente é”.
A polémica não é nova. Do lado dos defensores das medicinas alternativas, o argumento é de que a homeopatia funciona, com a vantagem de não ter efeitos secundários e de ser mais barata do que a medicação convencional. Do lado dos cépticos, fala-se em embuste, com produtos que não têm eficácia provada e que são de tal forma diluídos que não passam de açúcar. Com a desvantagem de induzirem as pessoas em falsas esperanças e atrasar terapêuticas efectivas.
O certo é que o negócio - embora curto no universo dos medicamentos - floresce. Representará 0,4% do mercado farmacêutico europeu, ou seja, mil milhões de euros. E, em França, as vendas dos Laboratórios Boiron (maiores produtores mundiais de produtos homeopáticos) chega a 1%. E, segundo dados de 2007, cresceram 10% a nível mundial.
Em Portugal, não há dados. O Infarmed apenas remete para as marcas que são registadas (837, em mais de 51 apresentações) que, sendo de venda livre, nas farmácias e não só, não têm acompanhamento. Da IMS Health, consultora que analisa o mercado do medicamento, dizem-nos que o sector da homeopatia "não é monitorizado".
Nota do Editor - Escolhi essa matéria portuguesa por que gosto da forma como os irmãos d'além-mar escrevem. O que está em questão no movimento 10:23 é provar que a homeopatia não produz terapêuticas efectivas. Em São Paulo o movimento escolheu a praça Benedito Calixto para protestar. O protesto é original, colocam centenas de frascos de remédios homeopáticos em um recipiente e bebem o líquido resultante como se fosse água. Bem, na verdade é água, mas segundo os homeopatas a água tem memória e guarda as propriedades do produto medicinal nela diluido, tão diluído que não deixa rastros. Mas que, segundo eles, é eficaz no tratamento de inúmeras doenças. Eu jamais entraria nessa polêmica. Quem acha que a homeopatia funciona, que use a homeopatia. E seja feliz. (Sidney Borges)
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Um grupo de 13 pessoas pretendentes ao grupo 10:23 Portugal juntou-se sábado nos jardins do Príncipe Real, em Lisboa, para tomarem em simultâneo uma overdose de medicamentos homeopáticos (produtos feitos à base de plantas). A iniciativa, marcada a nível internacional em pelo menos mais 79 cidades do mundo, foi um protesto contra o que consideram ser a falta de evidências científicas sobre a real eficiência dos medicamentos homeopáticos, conta o Diário de Notícias.
“Nenhum dos participantes sentiu diferença para além da sobredose do açúcar. O mesmo resultado pode ser verificado em todo o mundo onde a campanha 10:23 está a decorrer”, podia ler-se no site da 10:23 Portugal, avança o DN.
Sexta-feira, Pedro Homero, membro do grupo, disse à agência Lusa que os medicamentos homeopáticos são “apenas uns comprimidos de açúcar, sacarose e lactose, sem nenhum princípio activo lá dentro”.
O objectivo da iniciativa, explicou Homero, foi o de “informar as pessoas sobre o que aquilo verdadeiramente é”.
A polémica não é nova. Do lado dos defensores das medicinas alternativas, o argumento é de que a homeopatia funciona, com a vantagem de não ter efeitos secundários e de ser mais barata do que a medicação convencional. Do lado dos cépticos, fala-se em embuste, com produtos que não têm eficácia provada e que são de tal forma diluídos que não passam de açúcar. Com a desvantagem de induzirem as pessoas em falsas esperanças e atrasar terapêuticas efectivas.
O certo é que o negócio - embora curto no universo dos medicamentos - floresce. Representará 0,4% do mercado farmacêutico europeu, ou seja, mil milhões de euros. E, em França, as vendas dos Laboratórios Boiron (maiores produtores mundiais de produtos homeopáticos) chega a 1%. E, segundo dados de 2007, cresceram 10% a nível mundial.
Em Portugal, não há dados. O Infarmed apenas remete para as marcas que são registadas (837, em mais de 51 apresentações) que, sendo de venda livre, nas farmácias e não só, não têm acompanhamento. Da IMS Health, consultora que analisa o mercado do medicamento, dizem-nos que o sector da homeopatia "não é monitorizado".
Nota do Editor - Escolhi essa matéria portuguesa por que gosto da forma como os irmãos d'além-mar escrevem. O que está em questão no movimento 10:23 é provar que a homeopatia não produz terapêuticas efectivas. Em São Paulo o movimento escolheu a praça Benedito Calixto para protestar. O protesto é original, colocam centenas de frascos de remédios homeopáticos em um recipiente e bebem o líquido resultante como se fosse água. Bem, na verdade é água, mas segundo os homeopatas a água tem memória e guarda as propriedades do produto medicinal nela diluido, tão diluído que não deixa rastros. Mas que, segundo eles, é eficaz no tratamento de inúmeras doenças. Eu jamais entraria nessa polêmica. Quem acha que a homeopatia funciona, que use a homeopatia. E seja feliz. (Sidney Borges)
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