Veículos

Abastece aí Tutuquinho

Sidney Borges
O século XXI avança para a segunda década e o homem continua queimando ancestrais. Gente vira petróleo. Até o racista mais renitente acaba da cor do azeviche e da jabuticaba. Você nunca imaginou que a gasolina do seu carro possa ser a avó da bisavó da sua tetravó?

Pense nisso.

Com o fim da desigualdade e a adesão da China ao conforto burguês, o consumo de ancestrais fossilizados aumentou. O fim está próximo, em breve não haverá o que pôr no tanque.

Como levar as crianças ao zoológico para dar pipoca aos macacos? Quem sabe a soluçâo seja ficar em casa vendo o Faustão e comendo a pipoca dos macacos.

Os carros, que tanto fascínio exerceram e ainda exercem, estão com os dias contados.

Pelo menos os movidos a gasolina e diesel. Mas não se assuste, o fim do petróleo vai demorar, ainda há no subsolo zilhões de avós para queimar.

Em Nova Iorque ricos finos e chiques torcem o nariz para os carros. Como não há alternativa, alugam limusines e fazem questão de dizer que não possuem veículos poluentes. Metrô e táxi estão na crista da onda. 

Pobres copiam ricos, logo vai ser moda não ter carro, embora em cidades brasileiras seja quase impossível. Quando só as elites tinham o privilégio de desfilar em carruagens sem cavalos havia espaço para que passassem reluzentes e velozes, deixando rastros de cobiça nas massas exploradas pelo capitalismo desalmado.

Situação de um passado remoto, o mundo mudou. Banqueiros lulo-socialistas financiam carros em 100 meses, permitindo motorização ampla geral e irrestrita.

E pensar que há 40 anos queriam seqüestrar Delfim Netto.

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