Trip


Nuvem Passageira

Sidney Borges
Tudo é passageiro. Não o cobrador e o motorneiro, funcionários com carteira assinada e direitos trabalhistas. Palavras do leiteiro goleiro. Toda nuvem é passageira.

Na vida nem tudo é passageiro. A primeira professora, o primeiro amor, o primeiro beijo, o primeiro mergulho, o primeiro vôo, enfim, o primeiro tudo. Desvendar, descobrir é viver. Redescobrir mata o tédio.

Hermes Aquino compôs "Nuvem Passageira". Era pra tocar no rádio. Tocou. Também tocou na televisão e na quermesse do Araribá.

Araribá ou Arariba?

A nuvem de Aquino, como toda nuvem foi sumindo, sumindo... Quem viu, viu, quem não viu ficou no "mood" de Steve Wonder.

Percyval Farquhar, nuvem passageira. Antes de esticar as canelas trilhou veredas tropicais. E temperadas, no paraíso de Stalin. No embornal, moedas de ouro. Mais do que havia na Ricolândia. Ser dono da "Vale" antes do ex-marido da Luma de pouco valeu.

Esses caras também morrem é o título do romance não publicado que não escrevi. Não entendeu? Não foi escrito, como poderia ser publicado?

A Vale é boneca cobiçada, corpo sem dono, lábios de veneno. Em vencendo Dilma estatiza. Quitandas, mercadinhos, a Vale e quiosques de todas as praias. Grandes e pequenas. Com e sem jundu. Só não bancos. Lula dirá:

- Não Dilma, bancos não.  Tarde demais.


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