Papo do Editor

A propósito do feriado

Sidney Borges
Tiradentes foi enforcado no dia 21 de abril. Cabral chegou no dia 22, trazendo Pero Vaz de Caminha e o Coral dos Mares Bravios, que entoou a cantiga:

Quem foi que descobriu o Brasil?
Foi seu Cabral, foi seu Cabral;
No dia 22 de abril;
Dois meses, depois do carnaval...

Os nativos aplaudiram freneticamente e aceitaram presentes, contas coloridas e apitos, dando ouro em troca, prática que permanece até os dias atuais. Foi uma festa bonita, Frei Henrique de Coimbra rezou missa.

Mudando de conversa

Ontem vi o Barcelona perder do Inter de Milão. Aqui é o Inter, na Itália é a Inter, como estou em fase nacionalista não usarei estrangeirismos.

Policarpo Quaresma tinha razão. O Brasil é tão vasto, tão bonito, abriga tantas culturas que quem vive aqui não precisa viajar, nem falar outras línguas. Nem mesmo Português corretamente, coisa que políticos em evidência e seus micos amestrados atribuem a uspianos pedantes.

Recomendo aos leitores que antes de abraçar o nacionalismo exacerbado que invade minh'alma, convém dar uma espiada além mar para ver como vivem os bárbaros.

Dormindo tive um lampejo premonitório, antigamente eu teria cometido o anglicismo insight. Como eu ia dizendo, vivi um momento de exaltação iluminada quando vi a pesquisa do Ibope com Serra 7 pontos à frente. O Ibope é aquele do "Diferencial Delta" de 1982, que jurou de pé junto que Brizola mesmo vencendo não ia ganhar.

Datafolha e Sensus dão respectivamente 10 pontos para Serra e empate. Somando e dividindo por três a vantagem média de Serra é de 5, 6666... pontos, 5,7 arredondando.

O tempo voa. A candidata do Chefe não decola. O Chefe não admite largar o osso. Não suporta sequer imaginar uma ave emplumada no poleiro do aerolula.

Vou esperar o mês de maio, acredito que se não houver mudança nos números Lula vai renunciar ao mandato e sair candidato a vice na chapa de Dilma. A hipótese é fruto de um sonho, não estou dizendo que vai acontecer, mas sabendo que tudo aquilo que pode acontecer, um dia acontece, eu não apostaria contra. 

Voltando ao futebol, para que preciso de alguém me explicando o que estou vendo? Certos comentaristas torram, como dizia Mazzaropi. Com ar douto e empolado informam que o jogador chutou a bola depois de todo mundo ter visto o jogador chutar a bola. Arre! Tiro o som. Fica esquisito, no estádio tem torcida, serviço de alto-falantes, vento, pássaros...

Comecei a prestar atenção aos comentários na Copa de 1962. O Brasil torcia pelas ondas de rádio. No dia seguinte chegava o vídeotape nas asas da Panair. O que eu via não correpondia ao que tinha escutado. O juiz não roubou tanto quanto imaginei, na verdade até roubou contra a Espanha. Nilton Santos cometeu penalidade máxima e deu um passo à frente, saíndo da área. O juiz deu falta onde o craque parou. O Brasil, de Garrincha e Amarildo, venceu esse jogo e os demais e trouxe o caneco.

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