Vida Bandida

Preso na Islândia, Hosmany Ramos diz que foi transferido para "melhor prisão do planeta"

ANDRÉ MONTEIRO da Folha Online
O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, preso na Islândia desde agosto do ano passado, afirma que o governo brasileiro terá que apresentar "argumentos robustos" caso queira concretizar a extradição que o traria de volta ao país. Nesta sexta-feira (5), a editora que publica seus livros informou que a Suprema Corte islandesa
suspendeu a decisão de extraditá-lo ao Brasil.

A Suprema Corte anulou a decisão da ministra da Justiça e da primeira instância, tendo em vista que não levaram em consideração meus argumentos e há uma falha quanto a pena cumprida. Isso significa que não serei extraditado, pelo menos agora. Se o Tarso [Genro, ministro da Justiça] quiser insistir nesse caso, terá que vir com argumentos robustos", disse Hosmany, em entrevista à Folha Online nesta sexta pelo programa Skype.
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Nota do Editor - Diz o ditado que de médico e de louco todo mundo tem um pouco. No caso de Hosmany é quase verdade, ele tem muito de médico e certamente não tem apenas um pouco de louco, é completamente maluco.
No início da carreira criminosa Dr. Hosmany passou por Ubatuba. Chegou de avião em companhia do piloto Joel Avon. Era um dia ensolarado, quase não havia movimento no aeroporto. Na sala de despachos Cláudio e Chacrinha observavam da janela o crescimento da grama e as volutas acrobáticas das libélulas.
O avião (Sêneca) precisava de combustível. O piloto parou no pátio sem desligar os motores, Hosmany foi até o controle e perguntou: tem? Chacrinha disse não. Ele voltou ao avião que taxiou para a cabeceira.
Cláudio ficou furioso, vestido a caráter com quatro faixas de comandante aboletou-se na Caravan branca, colocou a sirene magnética no teto e saiu disposto a tomar satisfações. Em sua cabeça de autoridade um pensamento remoía: Quem pousa em Ubatuba precisa mostrar os documentos do avião e fazer plano de vôo. Senão não sai mais daqui.
Na cabeceira o piloto fazia o cheque de decolagem quando notou a Caravan com os farois acesos indo em direção ao avião pelo meio da pista.
Hosmany pegou uma carabina de alto calibre com mira telescópica. Saiu da cabine, acocorou-se na asa e fez mira.
Cláudio tinha olho de lince, de longe percebeu que a coisa era pra valer. Não titubeou, virou à esquerda cantando os pneus e sumiu no mato.
O avião decolou. Cláudio esperou um pouco antes de sair da floresta. Estava assustado, empoeirado, com a calça rasgada, sem um sapato e com as divisas de comandante em apenas um dos ombros. Chamou Chacrinha pelo rádio para providenciar socorro. A Caravan jazia enfumaçada no fundo de um grotão. Naquele dia o comandante Cláudio nasceu de novo. Tem razão o povo quando diz que a aviação tem lá seus perigos. Depois de aposentar-se o comandante, gente fina, foi para São Paulo e fez o que todo mundo faz. Morreu. Mas durante o restante da vida nunca se esqueceu do dia em que enfrentou um perigoso meliante com diploma de doutor.
Semanas depois os jornais noticiaram o assassinato do piloto Joel Avon, crime atribuido a Hosmany. O mesmo Hosmany que ora está lá e de vez em quando está aqui. Em tempo: Hosmany é nome artístico, na pia batismal foi cravado Osmane. Eta nóis... (Sidney Borges)

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