Circo da Notícia

O inimigo da hora

Carlos Brickmann no Observatório da Imprensa (original aqui)
Blogs, blogueiros, ativistas da internet estão mobilizados: o alvo é a Folha de S.Paulo, acusada de ter colaborado com a repressão nos tempos da ditadura militar. Há ataques pessoais ao diretor de Redação (que, na época, tinha seus dez anos de idade) e a jornalistas que lá trabalham hoje, como se fossem responsáveis por fatos ocorridos quando lá não estavam – e nem idade para isso tinham.

É um fenômeno curioso: os fatos de que o jornal é acusado são conhecidos há muito tempo, e isso não impediu boa parte dos blogueiros e ativistas anti-Folha da internet de trabalhar lá, até mesmo de ocupar altos cargos na empresa, em funções de direção. Parece que, depois que estes importantes funcionários deixaram o jornal, o passado da empresa piorou muito. Aqueles fatos que eram conhecidos mas esquecidos enquanto trabalhavam lá, de repente se tornaram intoleráveis.

Gostar da Folha ou não, gostar de seus concorrentes ou não, isso faz parte do jogo: é uma decisão tomada pelos consumidores de informação. Mas uma campanha sistemática como a que está sendo movida neste momento deve ser vista com reservas: que é que está por trás dela? A quem interessa tentar desmoralizar um jornal que, entre suas iniciativas políticas, deu firme apoio à campanha das Diretas-Já, apontou fraudes como a da licitação da Ferrovia Norte-Sul, no governo Sarney, abriu suas portas a pessoas malvistas pelo regime militar, como Oswaldo Peralva, Tarso de Castro, Samuel Wainer, Janio de Freitas?

Papel, internet, rádio, TV, twitter, há espaço para todos. Como dizia um antigo anúncio do candidato Eduardo Suplicy, acenda sua estrela, em vez de tentar apagar a dele. Que o consumidor de informação escolha o que for melhor para si.

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Comentários

Anônimo disse…
Cresci lendo a folha , era meu jornal predileto.
É triste ver que deixou de ser um grande jornal e que virou um folhetim a serviço do Lula e do PT.

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