Telefone

Tambor usado

Sidney Borges
No final da primeira década do século XXI eu me sinto um século atrasado. Culpa da Telefônica. Vou explicar para que ninguém imgine que eu esteja exagerando.

Amanhã será o terceiro dia sem telefone na redação do Ubatuba Víbora. Está mudo, quieto como a oposição de Ubatuba. Oposição, o que é oposição? O que pretende a oposição? São perguntas meramente ilustrativas, nesta terra ubatubense plena de democracia o mal não existe. Todos vivem contentes e sorridentes unidos pelo ideal do bem comum. Eita nóis, diria uma ex-funcionária de casa.

Pois é, enquanto eu estava em Sâo Paulo vieram funcionários não sei de onde e podaram as árvores da rua. Pode ter sido gente da prefeitura, da companhia de energia ou da Telefônica. Podaram árvores e um cabo telefônico. O meu. Não confundir com a interjeição de espanto ôrra meu! Podaram o cabo mas o "speed" continuou funcionando.

Meno male, diria Juca de Oliveira com seu tradicional sotaque do Brás, igualzinho ao meu. Depois de tri-reclamar apareceu um técnico hoje à tarde. O gentil-homem verificou tudo, descobriu o defeito e disse que era problema para outro departamento resolver.

A solução ficou prometida para amanhã. Fica a impressão que a Telefônica acha que viver sem telefone é normal. Vou enviar a conta do celular para eles. Duvido que paguem.

Alguém tem um tambor usado para me emprestar? Vou experimentar, se não der certo usarei sinais de fumaça. Quando a modernidade finalmente se instalar em Ubatuba comprarei um telégrafo.

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