Sarney de volta

Com 49 votos, José Sarney é eleito presidente do Senado
GABRIELA GUERREIRO da Folha Online, em Brasília
O senador José Sarney (PMDB-AP) foi eleito nesta segunda-feira o novo presidente do Senado com 49 votos. Seu adversário na disputa, o petista Tião Viana (AC), recebeu 32 votos. É a terceira vez que Sarney ocupa a presidência do Senado --já exerceu o cargo nos biênios 1995-1997 e 2003-2005.
Para ser eleito presidente do Senado é preciso conquistar a maioria simples dos votos dos senadores presentes --os 81 senadores estão presentes. A votação foi manual.
Sarney rebateu críticas de aliados de Tião de que seu retorno à presidência representa a manutenção do conservadorismo político na Casa. "Ouvi muitos discursos aqui. Uma parte quero contestar porque é injusta. Desde que comecei como político, sempre procurei caracterizar-me como inovador. Nunca meus olhos ficaram como lanternas voltadas para trás. [...] Não me chamem de um homem retrógrado, como se fosse um velho que chega aqui sem querer renovar o Senado. Sempre tive esta vontade", afirmou.
Sarney listou uma série de medidas implementadas durante sua gestão na Casa para mostrar que, no passado, foi favorável à renovação. "Fundei os primeiros circuitos fechados de TV, depois a primeira TV educativa do Brasil. Não me chamem de um velho que não tem gosto pela inovação. aqui no Senado, quando cheguei, a ideia da informatização foi minha. Acho injusta a informação de que é um retrocesso eu disputar o Senado."
Ele disse ainda que decidiu lançar-se na corrida à presidência da Casa após ser "convocado" por parlamentares de partidos diversos. Depois de ser criticado por ter lançado seu nome na disputa tardiamente, Sarney disse que não desejou disputar o comando do Senado, mas que não poderia "fugir ao dever" de atender aos colegas --tendo a Deus como testemunha da sua disposição inicial de não concorrer ao cargo.
"Eu nunca fui candidato pela minha vontade, mas por convocação. Eu não queria disputar a presidência do Senado, fui convocado como um homem público que não pode deixar de fugir ao dever de atender a essa convocação no momento em que colegas de quase todos os partidos me solicitavam que assim eu fizesse", afirmou.
Leia mais
Comentários